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Trump diz que protestos contra o racismo e abuso policial atacam à herança norte-americana

21 jun 2020 às 09:06
Por: Estadão Conteúdo

Em seu primeiro comício desde março, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, candidato à reeleição pelo partido Republicano, voltou a defender uma mensagem de ordem contra um ataque à herança norte-americana. "Quando você vê esses lunáticos por todas as ruas, é muito bom ter armas", disse Trump.

O discurso de uma hora e quarenta minutos ocorreu em meio ao andamento de protestos contra o abuso policial e injustiça racial em todo o país. O ato eleitoral foi realizado em Tulsa, no Estado americano de Oklahoma, na noite de ontem, diante de uma plateia menor do que a esperada. A arena com capacidade para 19 mil pessoas não estava lotada, enquanto Brad Parscale, gerente de campanha de Trump, esperava a presença de 100 mil apoiadores.

No palco, Trump disse que os manifestantes eram "brutamontes" e que reprimiu manifestações em todo o país, lembrando de estátuas que foram demolidas. "Eles querem demolir nossa herança para poder impor seu novo regime opressivo em seu lugar", disse. Trump tentou retratar Joe Biden, o candidato democrata, como fraco nas questões de defesa da ordem. "Ele sempre se curvará à multidão enfurecida e nunca protegerá você ou sua família", afirmou.

O presidente dedicou grande parte do discurso a outras questões, incluindo uma declaração de que ele tentaria novamente encerrar o programa de Ação Diferida para Chegadas de Infância da era Obama, que protege jovens imigrantes conhecidos como sonhadores da deportação. Na última quinta-feira, o Supremo Tribunal dos EUA proibiu o cancelamento do programa pelo governo Trump. Ele invocou uma "maioria silenciosa" enquanto prometia defender posições difíceis para a imigração. Trump criticou os jogadores ajoelhados nos jogos da NFL e pediu a prisão de pessoas que queimam a bandeira americana.

Trump comentou também sobre a desaceleração dos testes para o novo coronavírus, repetindo observações anteriores de que números mais altos parecem ruins. "Quando você faz testes nessa medida, encontra mais pessoas. Você vai encontrar mais casos. Então eu disse ao meu pessoal: 'Devagar, por favor.'", disse Trump. O presidente disse que salvou "centenas de milhares de vidas" através de ações para combater a doença. Seis membros da equipe de campanha de Trump que se preparavam para o comício testaram positivo para o vírus e, por isso, não participaram do evento, disseram autoridades.

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O presidente norte-americano defendeu ainda a reabertura econômica do país e destacou que sua gestão fez o país retomar a prosperidade econômica - projeto que foi prejudicado pela pandemia do novo coronavírus. "Nós éramos a inveja do mundo ... e então o vírus entrou", disse Trump. Ele enfatizou que estava na hora de abrir a economia e voltar ao trabalho. "Nós vamos subir, subir, subir", afirmou.

Logo após a chegada de Trump no local do comício, centenas de manifestantes se reuniram fora do perímetro de segurança em torno da arena. Eles ocupavam uma esquina, bloqueando o trânsito e levantando cartazes com o lema "Vidas Negras Importam". Quando Trump começou a falar, uma briga entre manifestantes e seus partidários iniciava do lado de fora da arena. À medida que a noite passava, centenas de manifestantes lotaram as ruas ao redor do centro de eventos. Os partidários de Trump entraram em discussões barulhentas com os manifestante. Membros da polícia e da Guarda Nacional tentavam conter atritos. Depois que Trump deixou o palco, a polícia disparou algum tipo de agente químico contra à multidão, fazendo com que as pessoas se dispersassem. Isso aconteceu após os manifestantes cercarem vários carros da polícia e várias brigas entre partidários e não partidários de Trump acirrarem. Fonte: Dow Jones Newswires

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