Todos os locais
Todos os locais
Mundo

Trump quer se firmar como presidente da recuperação econômica, dizem analistas

26 jun 2020 às 10:55
Por: Estadão Conteúdo

Diante das sucessivas pesquisas indicando que o presidente Donald Trump perderia as eleições para seu concorrente democrata Joe Biden, analistas ouvidos pelo Estadão afirmam que a estratégia do presidente americano agora é a de tentar se consolidar como o responsável pela normalização pós-pandemia do coronavírus e pela recuperação econômica.

Um de seus principais desafios é o de minimizar os prejuízos da pandemia e desqualificar as diferentes pesquisas que o colocam como perdedor da disputa pela Casa Branca. "Ele quer assegurar que haja uma sensação entre a população de uma tendência positiva e está disposto a aceitar um maior número de vítimas desde que haja recuperação mais rápida da economia. O que pode dar muito errado, já que a reabertura pode acelerar o número de casos", diz Oliver Stuenkel, coordenador da pós-graduação da Escola de Relações Internacionais da FGV.

O desemprego atinge 13,3% da população e, apenas em abril, 20 milhões de pessoas perderam seus trabalhos - o pior mês desde a Grande Depressão. Os Estados Unidos são o país mais atingido pelo novo coronavírus, com 2,4 milhões de casos e mais de 124 mil mortos. Nesta semana, uma pesquisa do jornal The New York Times com o Siena College mostrou que Joe Biden tem 50% das intenções de voto e Trump, 36%. Em meio aos protestos por justiça racial e resultados de uma gestão errática da pandemia do novo coronavírus, o presidente americano registrou 39% em recente pesquisa da Gallup.

"É um número baixíssimo para um candidato que pretende a reeleição", avalia Carlos Poggio, doutor em relações internacionais e professor da FAAP. Poggio lembra que apenas um candidato foi reeleito com um nível de aprovação tão baixo: Harry Truman, em 1948, mas pondera que a pesquisa é uma fotografia do momento e que ainda faltam cinco meses para o pleito. A mesma pesquisa do NYT mostrou que Trump perdeu força nos seis Estados-chave que deram a ele a vitória no Colégio Eleitoral em 2016: Michigan, Pensilvânia, Wisconsin, Flórida, Arizona e Carolina do Norte.

Na última semana, a campanha de Trump teve outra derrota considerável: alardeou que um comício em Oklahoma, o primeiro da retomada de sua campanha, iria atrair multidões. O local estava esvaziado. "Há uma percepção bastante ampla na população americana de que o governo Trump não geriu bem a pandemia", afirma Stuenkel. Além da crise econômica e da pandemia, as pesquisas mostram também uma percepção de que a postura de Trump não foi construtiva em relação às manifestações".

Outras notícias

Missão Polaris Dawn realiza primeira caminhada espacial comercial após adiamentos

Navio bate contra ponte que colapsa e cai com vários veículos nos Estados Unidos

Itaipu leva discussão sobre gestão compartilhada da água para conferência da ONU

Para Stuenkel, uma boa parcela da população americana acredita que o país está indo na direção errada e, diante disso, Trump já não é mais o favorito. O cenário é muito diferente do de 120 dias atrás, quando até mesmo democratas reconheciam a dificuldade de desbancar Trump na disputa presidencial. Pela primeira vez, Trump admitiu publicamente que poderia perder.

Os analistas lembram que a reeleição é um referendo do atual governo e que o papel de Biden pode até ser secundário, o que explicaria sua atuação defensiva. No momento, Trump tem tentado colar nas manifestações contra o racismo o rótulo de violentas e sugere que os democratas seriam favoráveis a "terroristas" que apoiam a destruição do patrimônio e querem tirar recursos das polícias.

Na avaliação de Poggio, que fez pesquisa de pós-doutorado na Universidade de Georgetown sobre a ascensão de Trump à presidência, a estratégia tem se mostrado falha, uma vez que as manifestações foram amplamente pacíficas.

Para o professor, os protestos favorecem a campanha de Joe Biden, que não tem o mesmo carisma de Trump, e consegue se colocar na pauta. "Os protestos deram algum destaque para ele, já que antes só se falava em coronavírus. E agora o Biden faz o papel no qual está mais confortável: o de uma figura paterna", diz. Por sua vez, a pandemia permite que a campanha não realize eventos públicos e evite gafes.

Veja também

Relacionadas

Mundo
Imagem de destaque

Maior fornecedor de armas e drogas para o Comando Vermelho, é preso em bordel no Paraguai

Mundo
Josué da Cunha

Paranaense na Flórida, mostra cenário de destruição durante passagem do Furacão Ian

Mundo

Brasil tem “economia em plena recuperação”, diz Jair Bolsonaro na ONU

Mundo

Charles III é proclamado soberano do Reino Unido

Mais Lidas

Cidade
Londrina e região

Exclusivo: Motorista em marcha ré atropela idosa de 79 anos no Centro de Londrina

ELEIÇÕES 2024
Londrina e região

Confira o resultado da pesquisa para o segundo turno das eleições em Londrina

Cidade
Londrina e região

Homem é encontrado morto em canteiro central no Jardim Bandeirantes, em Londrina

Cidade
Londrina e região

Homem que não havia voltado de 'saidinha' morre em confronto com a polícia em Londrina

Cidade
Londrina e região

Cachorro é resgatado de situação de maus-tratos na zona norte de Londrina

Podcasts

TURISMO

Podcast A Hora do Café - EP4 - Fernanda Corrêa da Rota do Café

A HORA DO CAFÉ

Podcast A Hora do Café - EP3 - Cris Malauz barista e empreendedora

VEJA

Podcast - Por Trás das Câmeras - EP6 - Conheça a história de Maika Martins

Tarobá © 2024 - Todos os direitos reservados.