Se a educação é inclusiva, investimentos na formação e na capacitação de quem atua nesse segmento são fundamentais. A Secretaria de Estado da Educação (Seed), por meio do Departamento de Educação Inclusiva (Dein), promoveu em 2023 em torno de 65 mil atendimentos com 10,3 mil servidores, entre diretores, tutores, pedagogos e professores que atuam diretamente com os estudantes com deficiências, transtornos globais de desenvolvimento, altas habilidades/superdotação, educação escolar do campo, quilombolas e indígenas.
Durante todo o ano foram promovidas reuniões, treinamentos online e presenciais com interatividade, capacitações, orientações para qualificação do trabalho no atendimento educacional especializado nas diferentes áreas (deficiência visual, surdez, TEA e altas habilidades). O Dein também apostou nas salas de recursos multifuncionais. Esse esforço reflete em melhor aprendizado a milhares de estudantes envolvidos diretamente com o contato mais próximo a um pedagogo.
O Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (Sareh), por exemplo, alcançou aproximadamente cinco mil estudantes em tratamento de saúde, que receberam mais de 20 mil atendimentos pedagógicos em 18 unidades de saúde. Já na rede de escolarização domiciliar, foram atendidos 735 estudantes afastados do ambiente escolar.
A Seed-PR também atende mais de 3,5 mil alunos com superdotação em cerca de 278 salas de recursos espalhadas pelo Paraná, além do suporte para os mais de 8 mil estudantes com altas habilidades. São ainda 644 recebendo apoio das equipes de atendimento educacional especializado (AEE) nas Escolas de Tempo Integral, com atendimento voltado às necessidades educacionais especiais.
A Seed ampliou neste ano o processo de acompanhamento e capacitação das Apaes por meio de reuniões online e presenciais e auxiliou, inclusive com apoio financeiro inédito de R$ 1,9 bilhão para as 400 instituições parceiras, referentes à escolarização e atendimento educacional especializado, para aproximadamente 44 mil estudantes.
Os recursos serão utilizados para garantir os gastos de manutenção das instituições e também para promover um reequilíbrio financeiro, com equiparação salarial dos profissionais que atuam nestas instituições em relação aos demais servidores da educação.
EDUCAÇÃO NO CAMPO – Outro destaque ficou com a elaboração das ementas da 3ª série dos itinerários formativos integrados para o Novo Ensino Médio das escolas das ilhas, itinerantes e assentamentos. Também foram realizados cursos de aperfeiçoamento profissional contínuo como o Formadores em Ação-Multianos; programa Escola da Terra; e ciclos de formação com quilombolas.
Houve ainda a celebração de um novo termo de fomento entre a Seed e a Associação de Cooperação Agrícola e Reforma Agrária do Paraná (Acap), no total de R$ 4,4 milhões, para a contratação de 106 profissionais da educação e avaliação de fluência para o 2º ano do ensino fundamental (anos fundamentais das escolas itinerantes).
EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA – O ano também trouxe um complemento de professores auxiliares de regência para atuar no contraturno das turmas de educação infantil e anos iniciais nas escolas estaduais indígenas com atividades de reforço escolar e de aprendizagem.
Além disso, o processo de implementação do Novo Ensino Médio (NEM) demandou esforços na formação de profissionais, com a realização de cursos de formação específicos em educação escolar indígena para profissionais que atuam na parte flexível obrigatória do currículo.
O Governo do Estado também inaugurou a obra de ampliação do maior colégio indígena do Paraná. O Colégio Estadual Indígena Cacique Gregório Kaekchot, de Manoel Ribas, ganhou uma quadra coberta e novas estruturas para atender os 750 alunos da Terra Indígena Ivaí, onde fica a escola.
O Estado ainda criou o Colégio Estadual Indígena Arandu Guarani, a 40ª escola indígena do Estado, no município de Terra Roxa, e houve a ampliação de espaços na Escola Estadual Indígena Mbyja Porã, em Guaíra, para oferta dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
FUTURO – Nas questões étnico-raciais, está em andamento a aquisição de livros paradidáticos que tratam de história e cultura afro-brasileira e africana para utilização em todas as escolas da rede estadual. Também faz parte do planejamento da Seed a ampliação da oferta de provas em braile para estudantes cegos ou com baixa visão; e em libras para estudantes surdos.
Também será implantado em 2024 o Programa Educação em Tempo Integral nas séries iniciais do Colégio Estadual Quilombola Maria Joana Ferreira, em Palmas, na região Sudoeste do Estado, sendo o primeiro a oferecer a educação em tempo integral na modalidade quilombola. Em 2023 a pasta investiu na formação continuada antirracista de 22 mil profissionais.