O julgamento de José Laurentino da Silva Primo, acusado pela tentativa de homicídio duplamente qualificado contra sua ex-companheira, está sendo realizado nesta quarta-feira (23) sem a presença do réu. Ele responde em liberdade e a justiça não conseguiu localizá-lo, por isso, está sendo representado pelo advogado de defesa.
Ele é acusado de tentar matar Vanessa Cristiane Batista Gomes e ter cometido lesão corporal contra a mãe dela, Cenira Batista Gomes, que foi atacada quando tentava defender a filha. Segundo as investigações, José Laurentino não aceitava o fim do relacionamento de dez anos.
A tentativa de homicídio ocorreu no dia 6 de outubro de 2010. José Laurentino tentou cortar a garganta de Vanessa com o gargalo de uma garrafa de vidro quebrada. Por ter ocorrido antes da lei do feminicídio, de 2015, o crime foi tipificado, na acusação, como homicídio qualificado tentado.
Segundo a coordenadora do Observatório de Feminicídios Londrina – Néias, Silvana Mariano, durante o julgamento, o advogado não apresentou justificativa sobre a ausência do réu. “E de modo muito irônico ainda fez a sustentação de que caberia às vítimas estarem presentes hoje, o que é um argumento absurdo. Temos expectativa de que o Conselho de Sentença acolha a tese do Ministério Público, evidenciando que foi uma tentativa de matar a Vanessa e a agressão da mãe dela”, disse.
O julgamento demorou mais de 11 anos para acontecer e, segundo Silvana, a expectativa é de que ele seja condenado. “Esperamos que finalmente o Estado dê uma resposta às vítimas e à sociedade, reprovando a conduta de homens que se sentem detentores do poder de decidir sobre a vida de mulheres”, afirmou.