Um morador de Apucarana quase caiu no "golpe do nudes" e por pouco não perdeu mais de R$ 7 mil. Ele buscou ajuda de um advogado, que descobriu que ele era chantageado. Conforme o advogado, através das redes sociais, o cliente conheceu uma mulher e após um período de conversa, ela enviou uma foto mostrando os seios e pediu uma fotografia íntima do morador de Apucarana. O homem enviou uma foto e foi aí que o golpe começou.
"Depois do envio da foto, uma pessoa se intitulando ser pai da moça, assumiu a conversa, disse que a filha tinha apenas 14 anos, que a mãe tinha ficado muito nervosa, que quebrou objetos na residência, que ele teria que arcar com o prejuízo. No outro dia, meu cliente recebeu uma foto que parecia ser dentro de uma delegacia e logo após recebeu uma ligação de uma pessoa que disse que seria escrivão da polícia, que entrou em contato para negociar, que a menina estava internada, que os pais iriam gastar R$14 mil para o tratamento psicológico e que ele deveria pagar a metade e assim o caso seria arquivado. O meu cliente também contou que a pessoa ameaçou publicar a foto nas redes sociais e marcar ele", explica João Aparecido Michelin.
Ainda de acordo com o advogado, ele acalmou o cliente, fez uma checagem e descobriu que tudo era um golpe. "A conta bancária da pessoa que exigia o valor é do Rio Grande do Sul, estado onde muitos golpes estão acontecendo, fui verificando e descobri que na verdade era uma chantagem e tentativa de golpe", disse.
Ele alerta que é preciso ter muito cuidado. "Meu cliente não caiu no golpe, pois me procurou, mas acredito que muitas pessoas acabam depositando valores com medo da exposição, então é preciso tomar muito cuidado, pensar bem ao enviar uma foto íntima".
O golpe
Os estelionatários entram em contato com as vítimas via redes sociais. Geralmente, se passam por mulheres jovens, se identificando como maiores de 18 anos, buscando contato com homens mais velhos.
Após algum tempo de conversa, o golpista envia imagens íntimas. Eventualmente, a vítima começa a receber ligações de supostos pais da mulher e de falsos policiais civis que fazem acusações de pedofilia, já que a pessoa das imagens íntimas seria, na verdade, uma criança ou uma adolescente. Para que o caso não seja denunciado pelos pais ou investigado pela polícia, o estelionatário exige dinheiro.
Para a polícia, a soma de todos esses fatores faz com que as vítimas acreditem que estão falando com policiais ou com os pais da mulher. Para se livrar da responsabilidade criminal, pagam aos golpistas. No entanto, mesmo após os pagamentos, as extorsões continuam.
A Polícia Civil de Apucarana, confirmou nesta quarta-feira (8), que uma pessoa registrou boletim de ocorrência referente ao golpe, e que o contato da pessoa envolvida no estelionato também é do Rio Grande do Sul. A polícia vai preparar um levantamento para informar quantos casos já foram registrados na cidade.