Vinhos e outras bebidas importadas de diversas nacionalidades, muitas delas cobiçadas pelos paladares mais requintados, estão na mira da Polícia Rodoviária Federal. Dá pra imaginar que quem degustar uma única taça de algumas garrafas, pode estar consumindo o fruto de diversos crimes? O número de apreensões por contrabando e descaminho desses produtos cresceu absurdamente nos últimos anos e vem se tornando mais um mercado explorado por organizações criminosas.
Londrina está localizada em ponto estratégico do País. As rodovias que passam por aqui são corredores para a distribuição da produção agrícola e industrial, que se conectam com os grandes centros de negócios e portos para a exportação. No entanto, além dos produtos que alavancam o desenvolvimento, esses caminhos também são utilizados para o transporte de drogas, contrabando.
O descaminho de bebidas é mais um dos crimes praticado pelas quadrilhas, que está agregado ao tráfico de drogas e ao roubo de veículos, muitos deles usados para o transporte ilegal. A apreensão de vinhos no Estado tem crescido de forma exponencial nos últimos anos. O aumento foi de 3.206% nos últimos 4 anos. Em 2018, a PRF apreendeu 1.700 garrafas, em 2019 foram 3.937, em 2020 chegou a 22.737 garrafas e em 2021 foram apreendidas 56.254 garrafas de vinho, que se fossem empilhadas uma a uma atingiram quase 17 mil metros de altura, duas vezes o tamanho do Everest, que é o pico mais alto do mundo.
Um dos pontos de entrada da carga no pais é a cidade de Barracão no sudoeste do Paraná, que faz fronteira a Argentina. São Paulo é um dos destinos que passam por Londrina. Outras duas rotas passam por Curitiba e pelo estado de Santa Catarina.