Marcos José Bisterso foi condenado pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual no caso envolvendo sua ex-companheira Elaine Cristina de Brito, na época com 44 anos. A sentença de 19 anos de reclusão, um ano e um mês e dois dias de detenção e mais 28 dias de multa foi proferida nesta quinta-feira (17) no Tribunal do Júri de Londrina.
Por maioria de votos, foram reconhecidos a materialidade do fato e a culpabilidade do réu, além de antecedentes criminais de Marcos cometidos contra o patrimônio.
Foi considerado, ainda, o agravante de ter sido um crime praticado de modo cruel, contra a condição feminina e em condição de violência doméstica.
O caso ocorreu no dia 3 de fevereiro de 2019, numa ocupação na zona norte de Londrina. Elaine foi encontrada morta na casa em que vivia com o então companheiro fazia 15 dias.
A vítima foi estrangulada com uma corda, o que causou a morte por asfixia mecânica. O réu teria alterado a cena do crime para simular suicídio por enforcamento. Para a família, ela foi morta por ciúmes.
Elaine Cristina de Brito deixou quatro filhos.
O Observatório de Feminicídios de Londrina – Néias considera que "a voz de Elaine, mulher negra e periférica, silenciada pelas vulnerabilidades em que se encontrava e também após sua morte, finalmente se fez ouvir pelo Tribunal do Júri".
O Néias ressalta, por outro lado, que a realidade ainda é preocupante diante de fatores como o machismo, o racismo e a desigualdade social.
"Elaines vêm sendo reiteradamente abusadas e assassinadas neste país. Enquanto alguma de nós estiver desprotegida, nenhuma de nós estará segura", finaliza.