Daniele Gonçalves, de 32 anos, segue internada no Hospital Universitário, onde passou por cirurgia. Na última terça (09), ela foi agredida a golpes de facão no rosto e no braço quando chegava em casa depois do trabalho.
O agressor, Gabriel Augusto Bermudes de Faveri, de 26 anos, foi preso na última quinta (11) em uma clínica psiquiátrica de Maringá, onde foi internado pela família após o crime.
A defesa divulgou conversas por WhatsApp entre a vítima e o pai de Gabriel. A alegação é que ela tinha ciência da gravidade do problema psiquiátrico do rapaz.
Num dos diálogos, o pai relata preocupação, diz que comprou a medicação para o jovem e que espera que ele siga com o tratamento.
Daniele confirma que falou com Gabriel pelo celular e que o aconselhou a se tratar e trabalhar. Diz que vai tentar ajudar mesmo depois de tudo o que aconteceu (ela teria sido agredida fisicamente anteriormente).
O pai pede apoio dela.
Daniele responde que Gabriel precisa se ajudar, que vai fazer o que puder, mas não quer aproximação, não quer vê-lo e que vai dar apoio apenas por telefone.
O pai concorda.
Ela ressalta, ainda, que deixou claro que só vai ser amiga, que não vai abandoná-lo porque ele está doente.
O advogado de defesa admite que 2 ex-namoradas de Gabriel chegaram a pedir medida protetiva. No entanto, Daniele não.
O advogado repassou, ainda, um laudo médico do dia 17 de fevereiro em que consta surto psicótico, ideação suicida/homicida. Também transtorno de ansiedade generalizada, bipolaridade e esquizofrenia em investigação. A médica pede ainda uma avaliação psiquiátrica.
Para a defesa, o ataque foi durante um surto psicótico e, por isso, Gabriel tem que ser tratado.
Gabriel segue preso, temporariamente, em Maringá. Prisão que pode ser convertida em preventiva. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Mulher de Londrina, que tem prazo de 30 dias para concluir o inquérito. Ele já foi ouvido por videoconferência e alegou surto psicótico e que não se lembra da agressão.
Para a delegada responsável pelo caso, se trata de tentativa de feminicídio, por meio cruel e sem chance de defesa da vítima.
Daniele foi ouvida e disse à delegada que ela e Gabriel eram apenas "ficantes", que não chegaram a namorar. O relacionamento teria sido bastante conturbado, com episódios de ciúmes e outras agressões, não denunciadas por medo.
Sobre a tese da defesa de problemas psiquiátricos, a delegada disse que é preciso comprovar.
Daniele e a família ficaram aliviados com a prisão de Gabriel. Mas não acreditam em surto psicótico.
Para o advogado da família, Gabriel deve ficar preso e responder por tentativa de feminicídio.