Um homem acusado de matar a ex-namorada em Arapongas é julgado nesta quinta-feira (4). O Júri é considerado inédito, pois conta com o auxílio de três intérpretes de libras, já que o réu é surdo.
Patrícia Aparecida de Lima, também deficiente auditiva, foi encontrada morta no dia 29 de abril de 2016 em uma plantação de milho, na divisa com o município de Rolândia. A investigação apontou que o acusado matou a ex-companheira entre os dias 21 e 22.
Em julho do mesmo ano, o suspeito foi preso pela Polícia Civil, mas em 8 de dezembro de 2016 foi concedida a liberdade provisória mediante a aplicação de medidas substitutivas da prisão. O julgamento já era para ter acontecido, mas por causa da pandemia da Covid-19, foi adiado algumas vezes.
Como o réu é surdo, foi preparado uma estrutura especial, além dos intérpretes, máscaras de proteção individual transparentes. "É algo inédito na região, o Tribunal de Justiça se esforçou muito, resolvemos adaptar todo o tribunal, toda a nossa sala para atender a esse Júri tão especial. Foi um grande desafio, e está sendo ainda, são três intérpretes de libras que estão nos auxiliando, essas máscaras transparentes foram confeccionadas por nossas colaboradoras especialmente para esse dia", explica a Juíza Leane Cristine do Nascimento Oliveira Donato.
Fernando Moscatto, chefe da 1ª vara criminal, também destacou a importância da inclusão. "Um júri bastante atípico, envolve pessoas com problemas de audição, são surdas, nos preparamos de forma diferenciada, com atuação de intérpretes, é muito necessária essa adaptação. No Paraná, um Júri assim para nós é novidade, pelo menos de nosso conhecimento. Fizemos tudo com muito carinho. São muitas pessoas intimadas, e envolve dois fatos em um mesmo crime, o feminicídio e a violência doméstica, que é um assunto bastante relevante na sociedade hoje", finaliza.
Com informações de TN Online.