O Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), divulgou nesta quarta-feira (27), levantamento do número de mortes em confrontos com policiais civis, militares e guardas municipais durante o ano passado em todo o estado. No total, foram 417 mortes em 2021. O número indica um aumento de 9,74% em relação ao ano anterior (2020), quando ocorreram 380 mortes. A capital Curitiba (105) e Londrina (32) apresentaram os maiores números do Estado.
Grande parte das ocorrências resultou de confrontos com policiais militares: 408, enquanto os casos envolvendo policiais civis foram dois (um em Curitiba e outro em Foz do Iguaçu), e os com guardas municipais somaram sete (cinco em Curitiba, um em São José dos Pinhais e um em Araucária).
Considerando-se apenas as mortes em confrontos com policiais militares, os dados apontam que 62,16% das mortes foram de pessoas de até 29 anos. Entre os mortos nesses confrontos, 47,7% eram pardos, 5,6% eram negros e 46,7% eram brancos.
Nesta quarta-feira (27), foi entregue ao governador do Estado uma carta assinada por diversas instituições, entre elas o MPPR, com sugestões para diminuição da violência policial no Paraná.
Estratégia nacional
O controle estatístico das mortes em confrontos policiais pelo Gaeco faz parte de estratégia institucional de atuação do MPPR com o objetivo de contribuir para diminuir a letalidade das abordagens conduzidas pela polícia. As iniciativas do Ministério Público com esse intuito são constantemente discutidas com representantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar.
O Ministério Público do Paraná, a exemplo dos demais MPs do Brasil, aderiu ao programa nacional “O MP no enfrentamento à morte decorrente de intervenção policial”, instituído pelo Conselho Nacional do Ministério Público, por meio da Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança. A iniciativa do CNMP tem como objetivo assegurar a correta apuração das mortes de civis em confrontos com policiais e guardas municipais, garantindo que toda ação do Estado que resulte em morte seja investigada.
Tabelas – Seguem tabelas com os dados comparativos por semestre desde 2015 e a relação das cidades com maior número de mortes