A Justiça Federal de Paranavaí proferiu em janeiro de 2022 a última sentença em processos instaurados em decorrência da denominada Operação Celeno, deflagrada pela Polícia Federal para investigar a importação aérea clandestina de mercadorias. Ao todo, 65 pessoas foram condenadas. Entre os sentenciados estão agentes da Polícia Federal e da Polícia Civil de São Paulo, e líderes de quatro organizações criminosas envolvidas no maior esquema de importação de anabolizantes e eletrônicos por meio aéreo já realizado no Brasil.
Na época das investigações, os mandados foram cumpridos em Londrina, Maringá, Paranavaí, Loanda, Amaporã e Foz do Iguaçu. Das cinco pessoas presas, um deles era piloto em Maringá, três eram agenciadores de frete em Foz do Iguaçu, e uma era funcionária de uma bomba de combustível do aeroporto de Paranavaí.
A operação resultou em 57 ações penais, envolvendo mais de 80 réus. Destas ações penais, 51 foram sentenciadas pela JF de Paranavaí. Algumas das condenações ultrapassaram 15 anos e a pena mais alta aplicada foi fixada em 19 anos, 8 meses e 20 dias. Os danos quantificados nos processos da Operação Celeno totalizaram mais de 114 milhões de reais, sendo que ao longo da investigação foram apreendidos 112 automóveis – alguns de luxo – e 11 aviões, além de imóveis, joias e dinheiro.
No dia da deflagração da Operação Celeno foram cumpridos 138 mandados judiciais – 28 de prisão preventiva, 15 de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 77 de busca e apreensão no Paraná, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
Entenda o esquema
A organização contava com integrantes que atuavam em vários estados e movimentava cerca de 3 bilhões de reais em mercadorias contrabandeadas por ano. O grupo criminoso era formado por quatro núcleos que agiam no Paraguai e nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, que conduziam aeronaves cheias de contrabando da cidade de Salto Del Guairá, no país vizinho, até pistas clandestinas em solo nacional para depois serem transportadas por caminhões até os destinos finais.
Parte da comercialização das mercadorias acontecia em empresas dos próprios líderes das organizações criminosas, estabelecidas em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo e também na capital paulista.
(com TJPR)