O delegado da Polícia Federal, Vinicius Faria, repassou detalhes da Operação Vale Dourado em entrevista coletiva na sede da PF em Londrina, na manhã desta quinta-feira (16).
Uma organização criminosa instalada no norte do Paraná é investigada pela prática do crime de lavagem de dinheiro e contrabando de cigarros. O líder da organização foi preso em flagrante em Londrina por porte ilegal de arma de fogo.
Cerca de 40 policiais federais e 10 policiais militares cumprem mandados de busca e apreensão, em 5 empresas e três residências, de Londrina, Cambé, Sertanópolis, Primeiro de Maio e Altônia.
Segundo o delegado, as investigações tiveram início com apreensão de cargas de cigarros e prisão de pessoas entre 2019 e 2020. No decorrer das ações foi identificado o crime de lavagem de dinheiro.
"Eles passam a fazer o uso de laranjas para movimentar dinheiro em espécie, através de contas bancárias em nome de terceiros e adquirir bens, como imóveis, veículos e alguns equipamentos para a prática criminosa, como motores de embarcação para transportar as cargas de cigarros. Esses laranjas são aqui da região e tinham sempre a vinculação com líderes do grupo criminoso e um deles inclusive além do parentesco, reside na Itália", afirma.
Os envolvidos usavam nome de "laranjas", para justificar compras com o dinheiro do contrabando. Em Londrina, inclusive, foram descobertas duas tabacarias e em Primeiro de Maio, um racho, comprados por meio do esquema criminoso.
Durante as ações de hoje, foram apreendidos, além de documentos, contratos de compra de veículos de imóveis, celulares, R$ 300 mil em dinheiro e R$ 850 mil em cheque , uma lancha, oito veículos novos e semi novos, de valor alto, duas pistolas e máquina de contar dinheiro.
Os carregamentos de cigarros contrabandeados do Paraguai já apreendidos têm o prejuízo estimado em R$ 6,2 milhões. "Eles traziam cigarros do Paraguai e utilizavam Londrina e Altônia como entreposto das cargas de cigarro. As cargas eram redistribuídas para outras cidades do interior do Paraná, São Paulo e Goiás.", explica o delegado.
Os investigados responderão pelos crimes de contrabando de cigarros, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, cujas penas máximas somadas atingem 23 anos de reclusão.