Os pais de diversas crianças registraram boletins de ocorrência contra uma suposta agência de modelos infantis de Londrina. Segundo eles, tudo começou com uma publicação patrocinada pela empresa dentro de uma rede social com a promessa de agenciar as crianças e lançá-las em campanhas de grandes marcas.
O sonho com a possibilidade dos filhos se tornarem realmente modelos causou prejuízo a diversas famílias que registraram queixas na Delegacia de Estelionato. A mãe de uma criança de um ano e um mês teria perdido aproximadamente R$ 4 mil reais em um contrato fechado no domingo (21).
“Eles não pediram fotos a princípio, então chegamos lá e todas as pessoas que foram tendidas eles disseram que foram aprovadas, mas estipulavam um valor. Qualquer pessoa passaria nesse teste desde que pagasse. No nosso caso, deu R$4.300 mil o que pedira. O que nos fez fechar o contrato e pagar é que eles nos deram trabalhos certos, com datas marcadas e tudo mais de grandes empresas e estipularam um cachê. No caso do meu filho, falaram que todos os cachês seriam de R$ 40 mil”, explicou.
A falsa seleção das crianças ocorreu no último fim de semana. O pai de uma menina de quatro meses conta que o processo foi arquitetado de maneira com que não houvesse desconfiança. O prejuízo dele ultrapassou R$ 6 mil.
“A minha esposa viu no Instagram e fez o cadastro. Tinha uma data específica para fazer as seleções, a gente chegou lá e tinha bastante modelo, mães, e falaram que já tinham trabalho em vista, algo certo naquele dia. Que iam mandar para grandes marcas com cachê certo, que eles eram os produtores e que iam escolher a seleção. Isso acabou seduzindo a gente de certa forma e a gente só acabou se dando conta do golpe quando percebeu que o cartão não era compatível com o CNPJ. A gente pagou para uma empresa e quem recebeu foi uma pessoa física. Então a gente começou a investigar e falar com outras mães”, disse o pai.
Nas redes sociais, a página que se apresenta como a oficial da agência tem pouco mais de 18 mil seguidores e traz as fotos tiradas nos processos de seleção. Existe ainda uma outra página, que seria a empresa interessada em contratar as crianças para suas peças publicitárias.
“Eu fiz o contrato com eles no domingo e na segunda-feira achei estranho porque não estavam mais me respondendo ou me enrolando. Fui falar com outras mães e eram as mesmas histórias. Eu pedi o cancelamento desse contrato por lei e agora eles não me atendem mais”, disse uma das mães.