A Polícia Civil já ouviu um homem e uma mulher, que são primos, sequestrados ontem para julgamento no chamado "Tribunal do Crime", em uma chácara, na zona sul de Londrina.
Os detalhes não serão divulgados para não comprometer a investigação, mas um inquérito foi aberto pela Delegacia de Homicídios e com uma certeza: a participação do crime organizado.
Os primos não chegaram a ser torturados, mas estavam com muito medo porque sabiam que poderiam ser executados pela relação com a morte de Angélica Clemente de Souza e o tráfico de drogas na região do Flores do Campo, onde eles moram.
“Uma pessoa é levada perante os criminosos para prestar informações, principalmente relacionadas à morte, por vez, não autorizada pela organização criminosa. No julgamento, tal qual é feito no mundo jurídico, a pessoa pode ser condenada ou absolvida, mas sabe-se que quando se chega a esse ponto é porque provavelmente a organização criminosa já tem informações e ali cobra principalmente com a vida das pessoas julgadas”, afirma o delegado-chefe de Londrina, Amarantino Ribeiro.
“O casal sequestrado pela manhã estaria sendo questionado com relação à morte que aconteceu na semana passada, na zona norte da cidade, de uma pessoa também ligada ao mundo do tráfico de drogas”, esclarece o delgado-chefe.
O “júri” na chácara foi interrompido por volta das 15h de segunda-feira (30) com a chegada da Polícia Militar, após denúncias.
Os policiais teriam sido recebidos a tiros e revidaram. Cinco pessoas acabaram mortas: duas mulheres e três homens, que aguardam identificação oficial pelo Instituto Médico Legal - IML de Londrina.
A mulher supostamente morte pelo homem e pela mulher levados ao Tribunal do Crime, foi identificada como Angélica Clemente de Souza e tinha 37 anos. O corpo dela foi encontrado enterrado em um chiqueiro no Residencial Flores do Campo.
“O casal sequestrado pela manhã estaria sendo questionado com relação à morte que aconteceu na semana passada, na zona norte da cidade, de uma pessoa também ligada ao mundo do tráfico de drogas”, esclarece o delgado-chefe.
Para a Polícia, a investigação é complexa, não só pelo número de mortes, mas também pelos desdobramentos que ainda podem surgir da disputa por território do tráfico.
“Monitoramos isso para tentar prevenir que ações mais perigosas e contundentes, que atinjam a sociedade, não aconteçam. Por enquanto, temos um julgamento do mundo criminoso, restrito à atividade criminosa”, finaliza o delegado-chefe.