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Sobrevivente do ataque que deixou dois jovens mortos relata momentos de terror

08 set 2023 às 12:34
Por: Portal Tarobá

A sobrevivente do ataque que deixou Júlia Beatriz Garbossi Silva, de 23 anos, e Daniel Takashi Suzuki Sugahara, mortos na madrugada do último domingo (3), relatou, em depoimento à Polícia Civil (PC) os momentos de terror e desespero que viveu.

 

Durante o depoimento, a vítima deu detalhes de tudo que aconteceu no dia do ataque. Ela contou que Julia, que também morava na casa, Daniel, e mais duas amigas, se reuniram após chegarem do trabalho no fim da noite de sábado, para jantarem e baterem papo.

 

As duas amigas foram embora por volta das 2h30 da madrugada de domingo. Todos foram dormir, a mulher e Daniel foram para o mesmo quarto e Julia para outro. A estudante universitária, acordou com Aaron já sobre a cama, golpeando o casal com uma faca. Daniel morreu nesse instante. Em um primeiro momento, a vítima achou que estivesse tendo um pesadelo.

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“A princípio achava que era uma paralisia do sono que eu estava tendo. Eu não conseguia falar, nem gritar e levantar. Achei que eu estava tendo um pesadelo, mas não era. Eu comecei a sentir as gotas quentes de sangue e isso me trouxe um pouco para a realidade, que eu não estava sonhando. Eu não consigo lembrar exatamente, só lembro de ver muito cabelo e o Aaron falando que ia me matar: ‘você vai morrer, você vai morrer’”, relatou aos prantos.

 

Enquanto lutava com Aaron, ela gritava pedindo por socorro. Julia veio para ver o que estava acontecendo e ao chegar na porta do quarto, foi surpreendida com vários golpes de faca e acabou morrendo ali mesmo.

 

Depois de matar Julia, Aaron se voltou novamente contra a vítima, que seria seu alvo principal. Ela se defendeu e conseguiu fazer com que ele parasse de atacá-la tentando um diálogo. “Eu pedi para ele, pelo amor de Deus, não me matar, que eu tinha família, e ele guardou a faca no bolso. Falou que queria conversar comigo e nessa hora eu estava sangrando muito, eu não consegui responder direito, estava muito em choque. Ele falou ‘você está em estado de choque, seus amigos morreram, eu não tinha nada contra os seus amigos, eles só estavam na hora errada no lugar errado. Se eles não estivessem aqui, eu só teria conversado com você’”.

 

Aaron ainda amarrou as mãos e os pés dela e disse que a mataria, se tentasse fazer qualquer coisa. A garota teve ferimentos nos braços, pernas e em um dos olhos. Ela sangrava muito e insistiu que precisava de atendimento médico urgente.


“Eu falei que estava perdendo muito sangue e ele falou que ia fazer um curativo. Ele colocou mais uma algema nos meus pés e ele falava pra eu não fugir, se eu tentasse fugir ele ia me matar. ‘Eu vou ficar muito bravo, eu vou te matar’, ele falava”, disse em depoimento.


Tendo matado Júlia e Daniel, e ferido a jovem, Aaron concordou em levá-la à UPA, mas disse que a mataria se ela tentasse contar a verdade a alguém. 


Em seguida, ele chamou um motorista de aplicativo.


Já na UPA Sabará, a jovem ainda manteve a história falsa de que havia sido esfaqueada durante uma tentativa de assalto. Quando estava sozinha com o médico, no entanto, foi que contou a verdade.


A Polícia Militar (PM) foi acionada e prendeu Aaron. 


Neste meio tempo, o rapaz tentou tirar a própria vida.


Segundo a PM, a jovem contou que conheceu o rapaz quando ambos trabalhavam em um bar na Rua Paranaguá. Eles se tornaram amigos, mas nunca tiveram qualquer tipo de relacionamento afetivo, mesmo o rapaz demonstrando interesse por ela. 


Diante da insistência de Aaron, a jovem pediu o afastamento do rapaz, que não aceitou. Ele criou perfis flasos em redes sociais e começou a perseguí-la. Ele percebeu e o bloqueou. 


Para invadir a casa da estudante, Aaron pulou o muro. Ele encontrou a porta destrancada e foi direto para o quarto onde ela estava dormindo com Daniel. 


Os jovens ainda não estavam namorando, mas o relacionamento desenvolvia para algo mais sério.


Com medo de ser atacada novamente, a jovem, ao longo da entrevista, perguntou diversas vezes, ao delegado, se Aaron, de fato, está preso. 

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