A Câmara Municipal de Jataizinho sofreu uma tentativa de invasão na última quinta-feira (7). Especula-se que o ato tenha relação com a votação que definirá ou não a cassação do vereador Uines Santos neste sábado (9), mas não foi confirmado pelos parlamentares. Um áudio incitando uma invasão ao plenário viralizou nas redes sociais nesta semana.

No áudio é possível ouvir uma mulher dizendo que tem que ir o maior número de pessoas à Câmara. “A gente tem toda liberdade de entrar, invadir e pegar os papéis em cima das mesas. A gente nem vai preso. Pega o microfone, fala, pois é direito nosso. Se a gente deixar, eles vão fazer o que querem. Só depende de nós. Cadê a população?”.

Segundo o presidente da Câmara, o vereador Bruno Barbosa, a assessora jurídica foi até o plenário e viu cacos de vidro no banheiro, entrou e percebeu a tentativa de arrombamento.

“Constatamos que fora do banheiro fizeram escadas com os objetos, quebraram o vidro e tentaram aumentar o espaço da janela. Acredito que não conseguiram entrar porque não sumiu nada. Estamos tentando ver as imagens das câmeras para ver a pessoa que tentou entrar na câmara de Jataizinho”, explicou Barbosa.

Questionado sobre uma possível ligação com a votação de sábado, o vereador disse que não pode afirmar a motivação, mas que não vai interferir nos andamentos do processo.

Entenda o caso

Uma denúncia foi protocolada no dia 26 de janeiro contra o vereador Uines Santos. A Comissão Processante já entregou parecer final e a votação pela cassação do parlamentar será realizada neste sábado (9).

“São dois fatos, um deles está relacionado a uma suposta fraude em um documento da casa, onde supostamente foram recolhidas assinaturas de um abaixo-assinado para o transporte coletivo da cidade e foi inserida em uma denúncia contra outros dois vereadores”, explicou o assessor jurídico Paulo Frisa.

Nesse caso, o vereador é acusado de colher assinatura de pessoas com a intenção de encaminhar à empresa prestadora de serviços do transporte quanto à necessidade de alteração de itinerário de rotas dentro do município, mas utilizá-las em uma representação com pedido de cassação dos mandatos dos vereadores Antônio Brandão de Oliveira Netto e Cícero Aparecido Guimarães.

“Já o fato dois, diz respeito ao uso da assessora jurídica da época, de uma diária em Brasília prestando serviços particulares para o vereador”, disse o assessor jurídico.

Na sessão, cada vereador terá 15 minutos para falar e o vereador denunciado terá 2 horas para apresentar a defesa. Será necessário maioria absoluta de votos para a cassação, no caso, cinco votos.