Balanço do Setor de Pesquisa e Estatística da Transitar (Autarquia Municipal de Mobilidade, Trânsito e Cidadania) concluído hoje (13) revela que as vias urbanas de Cascavel foram palco de um número menor de ocorrências de trânsito em 2020 se comparado com o ano anterior, quando registrou-se 4.022 acidentes pelo Sistema Bateu, ferramenta utilizada para balizar também o Setor de Educação de Trânsito da Autarquia. Ano de pandemia - teoricamente com menos veículos e pessoas circulando principalmente no primeiro semestre - 2020 teve 3.128 acidentes no perímetro urbano, o que representa uma queda de 22,23% nos últimos 12 meses.
Outro aspecto positivo apontado pelo comparativo diz respeito à redução de 1.507 para 963 vítimas com ferimentos nesses acidentes (-36,10%). Além disso, foram 56,16% menos atropelamentos (de 73 para 32) e 20% menos ocorrências envolvendo ciclistas (de 73 para 58).
Menos acidentes x mais mortes
Na contramão desses dados, a estatística releva crescimento da gravidade das colisões, o que vitimou 33 pessoas somente no perímetro urbano, a maior parte motociclistas (22). Em 2020, Cascavel teve alta de 22,22% no número de óbitos no trânsito em relação a 2019, quando 27 vidas foram perdidas no trânsito (nove motociclistas).
No caso dos motociclistas e ocupantes de moto, esse número de mortes ficou 144,44% maior, embora o registro de acidentes tenha caído de 872 para 717 (17,78%). “Este ano de 2020 foi atípico. O que nos deixa com interrogações é a elevada morte de motociclistas, que não tratamos como números, mas como vidas choradas, famílias enlutadas, trabalhadores em sua maioria que estavam em serviço e que não voltaram para casa”, lamenta a encarregada do setor de Educação de Trânsito da Transitar, Luciane de Moura.
De acordo com ela, não se procura culpados no trânsito, porque todos dividimos o mesmo espaço na via pública e temos a obrigação de praticar a empatia e o respeito, contudo, “é sabido que a pandemia obrigou muita gente a migrar de função e, muitas pessoas passaram a utilizar a moto como meio de trabalho; cresceu o serviço de entrega, a pressa, a necessidade, e, com ela, veio muita gente ainda despreparada para esta realidade, que requer ainda muita capacitação, cuidado e respeito de todos os envolvidos”.
Urbano e rodovias
Ao todo, em 2020, incluindo o perímetro urbano, as marginais e as rodovias que cortam a cidade, foram 69 mortes em Cascavel, segundo dados do Cotrans (Comitê Intersetorial de Trânsito)/PVT (Programa Vida no Trânsito), um aumento de 13,11%: em 2019 foram registrados 61 óbitos. Do total de mortes, 33 motociclistas em 2020 e 22 em 2019.
Meta zero de mortes no trânsito
“No trânsito, sua responsabilidade salva vidas” é o tema já definido pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) por meio da Resolução 806/2020 para as campanhas que serão desenvolvidas em todo o Brasil durante este ano de 2021, visando à meta zero de mortes nas vias.
“Infelizmente já iniciamos 2021 com a morte de um ciclista no trânsito de Cascavel, contudo, todo nosso setor de Gestão de Trânsito da Transitar está focado no tripé educação-engenharia-fiscalização para que junto com a comunidade possamos trabalhar para tentar impedir esse número de crescer”, destaca Luciane, convocando a sociedade ao cultivo de mudança de hábitos na via pública, em todos os modais.
“Vamos investir na formação de condutores, na base escolar e na ampliação de projetos voltados à redução de acidentes, pois precisamos sempre garantir a segurança e a vida no trânsito, mas para isso precisamos também da participação de cada cidadão, consciente da responsabilidade individual. Se hoje você conseguiu chegar em casa sem desrespeitar nenhuma lei de trânsito, comemore e incentive os outros a fazerem o mesmo. Se conseguiu praticar a direção defensiva e evitar um acidente, celebre. Você chegará nessa meta se praticar empatia e respeito diariamente, seja pedestre, ciclista, motorista ou motociclista”.
Assessoria