O presidente da República, Jair Bolsonaro, recebeu no fim da manhã desta quinta-feira, em Cascavel, carta assinada por mais de cem entidades que pedem por modelo de pedágio com menor tarifa, sem outorga onerosa e que também diz não ao modelo híbrido de concessão. O documento foi entregue pelo presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, Rainer Zielasko.
Rainer expôs alguns dos principais pontos do documento a Bolsonaro, que afirmou não saber da seriedade do assunto. O presidente da República afirmou que vai tratar das reivindicações da região Oeste do Paraná, retratadas no documento, pessoalmente. “Bolsonaro foi bastante atencioso e receptivo ao que expomos. Não podemos mais pagar um dos pedágios mais caros do mundo. As economias do Oeste e do Paraná não resistirão”, afirmou Rainer.
No ato de inauguração do Centro de Atletismo, o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, que é o novo presidente da Amop, também falou dos pontos defendidos pelo Oeste no que se refere à nova concessão do pedágio. Leia, abaixo, a íntegra da Carta entregue pelas entidades ao Presidente Jair Bolsonaro:
Exmo. Senhor:
Jair Messias Bolsonaro
Presidente da República Federativa do Brasil
Caro presidente, o Oeste do Paraná, que tem em seu território mais de 50 mil produtores rurais, garantiu apoio maciço à sua eleição em 2018, e agora encarecidamente pede a sua intervenção para que o novo modelo de concessão de rodovias no Estado seja justo e equilibrado.
Deve-se entender que o Paraná depende do valor agregado por peso, que o Estado tem forte produção de insumos primários. E, por isso, precisamos saber o quanto isso impacta na cadeia de desenvolvimento.
Com todo respeito que temos por Vossa Excelência, homem íntegro e preocupado em promover avanços há muito reivindicados ao País, reiteramos, Senhor Presidente, que precisamos de sua intervenção direta na questão aqui exposta, porque precisamos de um modelo de pedágio justo e equilibrado!!! Caso as empresas ganhadoras da licitação, durante o período de suas concessões tiverem problemas de fluxo de investimento, falta de cumprimento de contratos por incompetência de gestão, envolvimento em escândalos de corrupção ou se na busca por vencer a licitação a empresa der descontos demasiados, que a mesma arque com as consequências e que o Estado as tire, tenha cláusulas contratuais robustas e resolutivas, peça caducidade, faça novas licitações e garanta ao povo a menor tarifa possível.
Reforçamos, Senhor Presidente, que o modelo de concessão busque o menor preço sem outorga onerosa de qualquer espécie (híbrida ou não) e menor degrau tarifário quando da duplicação que terá gatilho de 40% de acréscimo. A região, que é uma grande produtora de carnes e grãos, precisa ser vista como ela é justamente para que a competitividade de seus produtos não se perca, porque do contrário haverá sérios e irreversíveis prejuízos ao Oeste, ao Paraná e ao Brasil.
Cordialmente,