A pena aplicada ao motorista que atropelou e matou Vanessa Prado, em 2019 em Arapongas, decepcionou a família da vítima. Após 13 horas de julgamento, Rodrigo Batistoni, foi condenado nesta quinta-feira (5) a 7 anos e 4 meses de prisão em regime semiaberto, por homicídio com dolo eventual e fraude processual.
A pena máxima poderia chegar a 20 anos, mas o réu não chegou a ser julgado por omissão de socorro, porque o crime prescreveu na véspera do julgamento. O júri, que tinha sido marcado para agosto do ano passado, acabou sendo adiado por causa da pandemia.
Uma das irmãs de Vanessa, Vivian Letícia Machado, conta que reviveu novamente a perda nesta quinta-feira. "Eu falei para o pai do Batistoni, eu enterrei minha irmã de novo hoje”, disse. Vivian afirma que a pena não foi a esperada. "Apesar dos pesares, de uma pena branda, nós sabemos que foi tudo dentro da lei, porém não foi o que nós esperávamos”, pontuou.
Vanusa do Prado, a outra irmã da vítima, comentou que em alguns momentos durante o júri sentiu como se Vanessa fosse a pessoa que estava sendo julgada. "Ela não estava ali para se defender, para falar não. Só tinha as imagens que comprovavam e os amigos dela que sabiam da verdade e sabiam muito bem que ela não estava no meio da rua. Ela estava dentro da faixa de estacionamento e o Rodrigo invadiu essa faixa”, disse.
No dia três de março de 2019, Vanessa do Prado Machado, que tinha 33 anos, saía de um evento em uma igreja de Arapongas quando foi atropelada. Ela foi internada, mas morreu três dias depois. Câmeras de segurança registraram o motorista na contramão e a fuga após o atropelamento.
Rodrigo Batistoni, na época com 19 anos, foi preso dias depois e passou 4 meses na cadeia até ser solto para responder em liberdade. "Eu deixo claro aqui que independente de qualquer júri, beber e pegar no volante é sim um crime. Como a promotora disse ontem, o carro é uma tonelada, é uma arma, você mata alguém sim”, disse Vivian.
Para a família, fica a saudade. Vanusa conta que descobriu que estava grávida poucos meses depois da morte de Vanessa e batizou a filha com o nome da irmã. "Com 20 dias que ela tinha falecido eu sonhei que ela falava que eu iria ficar grávida, que iria ser uma menina, e depois de três meses, realmente eu fiquei grávida e era uma menina. Eu resolvi homenageá-la. Minha filha tem o nome dela, a Vanessinha”, contou.