A prática de atividade física vai muito além de estética ou para emagrecer. Os benefícios para a saúde são muito mais extensos do que se imagina, inclusive retardando o efeito de doenças graves como o Parkinson, uma doença degenerativa que afeta o sistema nervoso central, prejudicando os movimentos.
O Parkinson é uma doença com graves sintomas, que tornam a realização de atividades cotidianas cada vez mais difícil, à medida que ela avança. Apesar de ser normalmente associada à terceira idade, tem aumentado o número de pessoas mais jovens diagnosticadas com a doença, de acordo com a Associação Americana da Doença Parkinson.
Os quatro principais sintomas que acometem o portador são tremores, rigidez, bradicinesia (lentidão ou ausência de movimentos) e instabilidade postural. Ela é causada pela degeneração de células do cérebro responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que tem grande importância no controle dos movimentos. Muitas vezes, os sintomas são tratados como características naturais do envelhecimento, retardando o diagnóstico, o que pode dificultar a aplicação de formas que impeçam o avanço rápido da doença.
Como tratar os sintomas
O tratamento contra a doença de Parkinson é complicado e pouco eficaz como cura definitiva. Medicamentos que tentam melhorar a função motora perdem a eficiência com o tempo e causam efeitos colaterais muito graves, e que podem piorar a qualidade de vida do doente, mesmo sendo uma das opções para tentar diminuir os sintomas da doença.
A prática de exercício físico tem sido uma alternativa com resultados positivos em retardar os efeitos da doença, diminuindo a velocidade de seu avanço. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar, a professora Maria Elisa Pimentel Piemonte, do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina (FM) da USP, afirmou que pelo menos 150 minutos de atividade física por semana, aproximadamente 20 minutos por dia, já fazem diferença na vida do paciente.
Outro tratamento disponível é a Terapia de Estimulação Cerebral Profunda (ECP), que estimula o cérebro por meio de um dispositivo médico implantado, semelhante a um marca-passo. Ele cria uma estimulação elétrica em regiões específicas do cérebro, permitindo um maior controle da movimentação. Esse tratamento também pode gerar efeitos colaterais, por isso é necessário manter avaliação com um médico.
Apesar das difíceis formas de retardar o avanço da doença, existem alternativas que buscam uma melhora na qualidade de vida dos pacientes. É sempre importante manter um acompanhamento médico e contar com o apoio da família.