No quadro Saúde em Foco, a psiquiatra Luisa Manfredin alertou para os cuidados que pacientes em tratamento psiquiátrico devem ter com a medicação controlada e o consumo de álcool durante as festas de fim de ano.
Segundo a especialista, é comum que alguns pacientes interrompam ou reduzam a medicação nesse período, seja por mitos como a ideia de que é necessário parar o tratamento para consumir bebida alcoólica, seja por mudanças na rotina típicas das celebrações. No entanto, ela reforça que medicamentos de uso contínuo devem ser mantidos independentemente de eventos sociais.
Em casos de esquecimento da dose, a orientação é clara: se o paciente lembrar no mesmo dia, deve tomar a medicação normalmente. A exceção são os remédios para o sono; se a lembrança ocorrer apenas pela manhã, a dose não deve ser tomada para evitar sonolência ao longo do dia. A psiquiatra também alerta que nunca se deve tomar o dobro da dose para compensar o esquecimento, pois isso pode ser perigoso.
Sobre o consumo de álcool, Luisa Manfredin destaca que cada caso deve ser avaliado individualmente. Em situações em que não há contraindicação absoluta, o consumo moderado pode ser permitido, desde que o paciente evite a embriaguez e a perda de controle.
Por outro lado, algumas medicações são absolutamente contraindicadas quando associadas ao álcool, especialmente as de tarja preta, como clonazepam, diazepam, bromazepam e zolpidem. A combinação dessas substâncias pode ser extremamente perigosa, já que álcool e medicamentos atuam no mesmo neurotransmissor, podendo causar depressão cardiorrespiratória e até parada cardíaca.
A psiquiatra também orienta que pacientes que percebem o fim do ano como um período mais sensível, com gatilhos de ansiedade ou tristeza, devem conversar previamente com o psiquiatra para avaliar possíveis ajustes no tratamento ou estratégias de enfrentamento.
Entre as recomendações gerais para as festas estão beber com moderação, ingerir bastante água, manter uma boa alimentação e evitar o consumo de álcool em jejum.