A recente vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos gera expectativas para o Brasil, especialmente para o agronegócio, setor que depende de relações comerciais com mercados externos. Segundo especialistas, embora ainda seja cedo para avaliar os impactos diretos, a reeleição do republicano pode trazer mudanças significativas, especialmente na política comercial e no protecionismo industrial.
Em seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, Trump implementou uma política de "America First", priorizando a produção nacional e impondo tarifas para proteger a indústria americana, o que desencadeou uma guerra comercial com a China. Essa disputa beneficiou o Brasil, que aumentou suas exportações agropecuárias em cerca de 20% ao ano, preenchendo parte da demanda chinesa que antes era suprida pelos Estados Unidos.
Marcelo, agrônomo e assessor de investimentos, ressalta que a tendência de Trump é concentrar esforços na geração de empregos no setor industrial e tecnológico, e não em mudanças tarifárias que afetem diretamente o comércio de commodities como carne e soja. Porém, há expectativa de que Trump possa adotar medidas protecionistas mais amplas para produtos industriais, o que pode afetar exportações brasileiras em setores como o de aço e automóveis. A política externa americana e seus impactos para o Brasil continuarão sendo acompanhados de perto pelo setor produtivo e pelo mercado.
