O caso de abusos sexuais envolvendo um padre em Cascavel ganhou novos desdobramentos após o depoimento de uma testemunha citar também o suposto envolvimento do arcebispo, que morreu em 2021. As denúncias foram reveladas pela Tarobá e desde então vêm repercutindo em toda a região.
As investigações tiveram início em julho deste ano, após uma informação da Polícia Militar repassada à Polícia Civil. O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) reuniu provas e solicitou a prisão do sacerdote, detido no domingo (24) na casa da mãe, durante a operação “Lobo em pele de cordeiro”. Conforme as apurações, ele oferecia dinheiro, presentes e convites para pernoitar em sua residência.
Além dos abusos, a polícia apura irregularidades financeiras na administração da paróquia e a realização de atendimentos terapêuticos em clínica particular sem autorização legal, que também foi alvo da operação.
Na tarde de segunda-feira (25), o Nucria informou que mais três vítimas foram identificadas: dois homens, de 33 e 20 anos, e um adolescente de 16. O caso mais recente teria ocorrido cerca de duas semanas atrás, dentro da clínica, contra a vítima de 20 anos. Todas as vítimas são do sexo masculino.
A defesa do padre divulgou nota oficial afirmando que ele está à disposição da Justiça, que se negou a deixar a cidade quando orientado pela Diocese a se afastar, e que confia na apuração das autoridades. O texto destaca ainda o princípio da presunção de inocência e afirma que os aparelhos eletrônicos apreendidos serão fundamentais para esclarecer os fatos.
A Polícia Civil segue ouvindo possíveis vítimas e testemunhas.