No quadro "Saúde em Ação" dessa semana, a psiquiatra Fabiana Posobl, especialista em autismo, desmistificou a relação entre o uso de paracetamol (Tilenol) na gravidez e o aumento do risco de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças. A discussão ganhou força após a declaração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas a médica reforçou que a ciência não estabelece uma relação de causalidade.
Em entrevista, a Dra. Fabiana destacou os pontos chave:
Risco da Febre Materna: A febre materna e as infecções durante a gestação apresentam um fator de risco para o autismo muito maior do que o paracetamol. A orientação é tratar a febre com o medicamento para evitar complicações, já que a febre tem maior causalidade.
Medicamento Seguro: O paracetamol é o analgésico mais seguro para gestantes, desde que usado em doses baixas e por um período restrito, sempre sob prescrição e orientação médica.
Outros Fatores de Risco: Outras condições, como idade parental avançada (pais mais velhos) e exposição a toxinas, também são fatores de risco mais relevantes .
Aumento de Diagnósticos: O aumento nos casos de autismo se deve, principalmente, ao maior acesso e à melhoria no diagnóstico, permitindo identificar o transtorno com mais facilidade.
A psiquiatra também alertou que medicamentos como dipirona e anti-inflamatórios são teratogênicos (prejudiciais ao feto) e devem ser evitados na gestação. Ela recomendou que gestantes mantenham o tratamento para doenças psiquiátricas, pois medicamentos como a Sertralina e a Fluoxetina são considerados seguros, contribuindo para o equilíbrio emocional da mãe, o que é fundamental para o pós-parto.