Na última quinta-feira (21), o Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Londrina, comemorou seu 33º aniversário.
Mas as reivindicações por um autódromo em Londrina começaram muito antes da construção da pista. Ainda na década de 1970, o empresário e piloto Waldemar Hauer chegou a oferecer um terreno na zona sul da cidade com o objetivo de viabilizar uma pista que pudesse receber corridas de forma estruturada.
Em 1973, um novo projeto ganhou força. Carros circulavam pelas ruas de Londrina com adesivos que diziam: “Autódromo: em Londrina só falta você”. A iniciativa foi idealizada por Edvaldo Viécili, que pretendia unir entidades assistenciais da cidade para vender cadeiras cativas. O dinheiro arrecadado seria destinado à construção de um autódromo simples, onde os pilotos pudessem competir e gerar renda revertida para escolas, hospitais e creches. No entanto, o projeto não saiu do papel.
Foi apenas em 20 de agosto de 1989 que o então prefeito Antônio Casimiro Belinati anunciou oficialmente a construção do Autódromo de Londrina, por meio de um acordo com a Caixa Econômica Federal e a Petrobras, que contribuíram com o financiamento da obra.
Logo na inauguração, em 21 de agosto de 1989, a pista recebeu duas das principais categorias do automobilismo da época: a Fórmula 3 Sul-Americana e a Stock Car. Affonso Giaffone venceu a prova da Fórmula 3, enquanto Adalberto Jardim conquistou as duas etapas da Stock disputadas no novo circuito.
O nome atual, Autódromo Internacional Ayrton Senna, só foi adotado em 1994, ano da morte do tricampeão mundial de Fórmula 1. Até então, a pista era conhecida apenas como Autódromo Internacional de Londrina.
Desde então, o autódromo recebeu diversas categorias e competições ao longo dos anos, como Fórmula Truck, Copa Truck, Stock Car, Fórmula 3, campeonatos de marcas e até motovelocidade, consolidando-se como um dos principais autódromos do Paraná.
E quando se diz “um dos principais”, não é exagero. Com a demolição do autódromo de Curitiba, apenas Londrina e Cascavel seguem como as grandes praças do automobilismo no estado. No entanto, há um contraste evidente: enquanto Cascavel recebe melhorias constantes, como estrutura para provas noturnas, Londrina enfrenta problemas estruturais sérios.
Atualmente, os tradicionais arrancadões são as provas mais frequentes na pista. Categorias de ponta, como a Stock Car, deixaram de correr no local, alegando falta de estrutura nos boxes e problemas de segurança na pista.
Apesar dos desafios, há esperança. Os valores e o projeto de reforma do autódromo já foram apresentados ao Governo do Estado, e a expectativa é de que, com a revitalização, a Stock Car – principal categoria do automobilismo nacional – retorne a Londrina, movimentando não só as pistas, mas toda a economia local.
A pista da “velha guarda”, com seu traçado estreito, curvas técnicas e freadas bruscas, completa 33 anos com o desejo de manter sua essência, mas mirando um novo capítulo, marcado por melhorias fundamentais para voltar a receber o mais alto nível do automobilismo nacional.