Cotidiano

Agronegócio paranaense contabiliza prejuízo gigante

30 mai 2018 às 09:29

Ao completar dez dias de duração, a greve dos caminhoneiros gera perdas significativas em todas as cadeias produtivas do agronegócio paranaense, trazendo consequências para o campo e para a cidade, e causando sequelas econômicas que ainda vão demorar muito tempo para serem sanadas. Estudo técnico da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) aponta prejuízos astronômicos ao setor e presidente do Sindicato Rural de Cascavel pede retirada de apoio à greve.

A Faep e diversos sindicatos rurais do Paraná, inclusive o Sindicato Rural de Cascavel, inicialmente apoiaram o movimento dos caminhoneiros, por entender que as reivindicações eram justas. A Federação encaminhou ofício para diversas autoridades federais e estaduais, inclusive para o presidente da república e para a governadora do Paraná, solicitando soluções urgentes para reduzir a carga tributária incidente sobre o diesel, que pode chegar a 45% do preço na bomba.

Porém, após o governo atender as demandas dos caminhoneiros, os protestos não fazem mais sentido. “Restabelecer o abastecimento tanto de combustível como dos produtos de alimentação da população se faz urgente”, afirmou o presidente da FAEP, Ágide Meneguette.

Numa tentativa de dimensionar os impactos da paralisação, o Departamento Técnico da Faep elaborou um estudo, onde elenca as dificuldades enfrentadas por cada cadeia produtiva da agropecuária paranaense até o momento, além da atividade no Porto de Paranaguá e junto aos agentes financeiros. O documento técnico segue em anexo. À beira do colapso

Colapso

A avicultura e a suinocultura são as atividades mais atingidas pela paralisação. De acordo com o levantamento da Faep, 245 mil suínos deixaram de ser abatidos no Estado, impedido com que R$ 107 milhões circulassem na economia paranaense. Ainda, o documento aponta que 59 milhões de frangos não foram abatidos, enquanto quase 70 milhões acabaram morrendo no Brasil, entre frangos e pintainhos.

Na pecuária de leite, os produtores rurais também registram prejuízo. Com a coleta suspensa por conta da greve dos caminhoneiros, muitos estão sendo obrigados a jogar leite fora. O Pool Leite, associação de 800 produtores que congrega sete cooperativas (Frísia, Castrolanda, Capal, Bom Jesus, Coamig, Witmarsum e Agrária), está sendo obrigada a jogar fora 1,5 milhão de litro por dia.

No Oeste, estima-se que o setor perde R$ 30 bilhões por dia ao longo desta greve. “Esses são só alguns exemplos. O produtor rural é o mais afetado com tudo isso. Está na hora de retirar o apoio ao movimento que não mais nos representa. Esperamos o fim para reorganizarmos a cadeia e pensarmos como vamos pagar esse prejuízo”, ponderou o presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Roberto Orso.