Além das perdas na Argentina serem irreversíveis, soja a ser colhida pode ter menos peso e qualidade comprometida
Semana a semana, novos levantamentos são feitos e novas perdas são registradas em relação ao que vinha sendo divulgado anteriormente, como destaca o professor Ricardo Balardin, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Com esse cenário se prolongando, a redução poderá ficar mais acelerada, como destaca Balardin. Com as altas temperaturas e a falta de água, a soja possui uma situação restrita para se desenvolver fisiologicamente, com dificuldade de buscar nutrientes e de reter um número adequado de flores e vagens, bem como reduzir sua área foliar e ter problemas no enchimento de grãos, com mais soja sendo necessária para fazer a mesma saca.
A situação é, portanto, muito ruim para os argentinos e esses fatores trazem reflexo para a soja brasileira do ponto de vista comercial. Com os grãos mais leves, a produtividade poderá sofrer novas perdas.
Além disso, a situação é ainda mais crítica porque os argentinos só podem plantar soja durante o período de verão, gerando um comprometimento em toda a cadeia. Para o professor, a produtividade perdida até então não deve se recuperar, bem como a propriedade de proteína do grão deve se perder.
A situação é diferente do Rio Grande do Sul porque o estado brasileiro possui problemas em uma área menor. Contudo, as áreas que receberam poucas chuvas no estado possuem um cenário similar ao dos argentinos.