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Cotidiano

Casa da Dinda

16 ago 2017 às 07:42
Por: Marcele Antonio

Oi, pessoal! Este post é muito especial para mim. Quero contar para vocês como foi que conheci essa senhorinha aí da foto, a dona Iná. Ela não deu nenhuma risadinha hahaha Mas acreditem: é um amor! Fiquei feliz que ela topou tirar uma foto comigo. É uma evolução, gente! Vocês vão entender o porquê neste texto que escrevi sobre o primeiro dia que a vi. Não foi uma simples tarefa porque Iná é uma pessoa que tem “alguns esquecimentos”, como ela mesma diz.

Casa da Dinda

Antes de conhecer dona Iná, tive receio. Disseram que eu só seria lembrada depois de estar presente rotineiramente. Disseram também que, não raras vezes, me espantaria com comentários bem ácidos de tão sinceros. Mas ao mesmo tempo disseram que eu me apaixonaria pelas pérolas diárias e por aquele coração imensamente maior que o peito.

Fazia frio e ele decidiu que uma sopa de agnoline seria uma boa oportunidade para me apresentar à dinda. Enchi-me: de roupa e de ansiedade. Felipe deixou o caldo no fogo enquanto me buscava. Quando subi as escadas confirmei tudo: ela era impressionantemente engraçada, magrinha, esquecida e amável.

Enquanto a sopa descia e esquentava, notava a paciência dele ao repetir para ela o que já havia dito minutos atrás. Quando eu tentava interagir, perguntar, me interessar, dizia tudo num volume incompatível com a audição dela. Felipe fazia gestos mocados para eu entender que precisava dar um ganho no áudio. Acho que aprendi o tom certo, mas continuava tensa.

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A tentativa de lavar a louça do jantar foi um fracasso. “Saia da minha cozinha, você vai estragar minha buchinha”, resmungou ela. Afastei-me, assustada. Mas perdi o medo quando ela, delicadamente, me convidou para conhecer o resto da casa: aquela sala grande, os móveis antigos e bem conservados, o nostálgico ar de “casa de vó”. 

O cômodo tinha um ponto alto, o principal elemento da decoração: a autenticidade do lugar era enaltecida pelas inúmeras fotografias. Incontáveis registros de cada fase do menino Felipe: do bebê gorducho, da criança esperta de cabelo chanel, da adolescência desengonçada… É o amor da vida dela que também se transformava no meu. No meio de um álbum empoeirado, ela guardava até uma mechinha do cabelo do gaúcho polaco. 

Uma admiração que eu passei a entender gradativamente. Espantei-me quando ela mostrou mais: um quarto inteiro tomado por brinquedos cuidadosamente guardados. “Esse aqui guardo para o Felipe dar para o filho dele”, foi o que ela contou sobre o palhaço de pano ainda embrulhadinho num plástico. Desejei ser a mãe desse pequeno sortudo.

Não tinha tido tantas amostras do Alzheimer até visitá-la outras vezes e ter que repetir a surpresa e encanto por essas fotos e brinquedos, como se nunca os

tivesse visto. Daí em diante, cumprimentei dona Iná dias e dias sem saber se ela se recordava de mim.

Conheci o inigualável purê de batatas dela em um dos nossos almoços, quando também fui assimilando os pequenos esquecimentos do cotidiano. “Hummm… bem temperadinha essa carne. Quem temperou o porco, eu ou você?”, ela questionava o Felipe. “Fui eu dinda”, ele respondia, paciente, carinhoso, sabendo que a pergunta viria novamente em poucos minutos. E veio. “Hummm… bem temperadinha essa carne. Quem temperou o porco, eu ou você?”

Quem já conviveu com alguém que possui essa doença sabe bem como situações como essa vão ficando cada vez mais comuns. Quero mais falar mais sobre assunto no próximo post, o que acham?!

Beijo, até a próxima!

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