Japoneses mostram que vida equilibrada e fazer o que gosta prolonga a existência
Seu Miyoshi é um japonês cheio de vitalidade. Já tem 106 anos e planeja chegar aos 125. Quando tinha 92 anos, lançou um livro em que contou parte da sua vida.
Seu Jimatsu chegou agora aos 100 anos. É um atleta. Tem vários diplomas por participar de corridas de longa distância, todas depois de fazer 70 anos.
Dona Uchi tem 105 anos, é conhecida como Goyá Obá - ou vovó Goyá - por causa de sua predileção por um legume rico em vitamina C e que é bastante popular no Japão - o Goyá.
Miyoshi, Jimatsu e Uchi são centenários. Os três moram na ilha de Okinawa, no sul do Japão. Ali, é comum encontrar pessoas com mais de 100 anos de idade.
Ao perceberem que os japoneses da ilha de Okinawa vivem mais de um século e ainda são felizes durante toda a vida, pesquisadores se propuseram a estudar aquela ilha do Pacífico. Quem sabe, ali, encontrariam a tão sonhada “Fonte da Juventude”? Conseguiram respostas poderosas. Alimentação adequada, contato frequente com a natureza... E descobriram também um modelo de vida que é conhecido como Ikigai, que quer dizer “a razão de ser”.
Entre esses estudiosos estão Héctor Garcia e Francesc Miralles, autores do livro Ikigai — Viva bem até aos cem (Albatroz).
Garcia e Miralles explicam que um dos fatores fundamentais no Ikigai é trabalhar naquilo que gosta, ter um propósito, ver um sentido que vai muito além de conquistar riquezas. E mais: seguir fazendo isso mesmo após se aposentar. Em outras palavras: se realizar no trabalho até o fim da vida.
O conceito Ikigai alia a profissão à vocação, à missão e à paixão. Pessoas que conseguem esse equilíbrio, como seu Miyoshi ou a Dona Uchi, vivem mais e melhor.
O REALIZAR é pleno, completo, se vier acompanhado de sentido, se estiver alinhado com um propósito maior. Se o REALIZAR, por si só, é transformador, imagine se isso acontecer durante uma vida longa e feliz, ao lado de quem se ama, cheio de sentido, alinhado com os valores e com a missão?
Miyoshi, Jimatsu e Uchi têm uma bela obra. Realizaram grandes trabalhos, criaram os filhos. Deixaram um legado. E, mesmo após os 100 anos de idade, são felizes. Muito felizes.
E você?
Marcos Giraldi – Business & Executive Coach