Esportes

A complexa geografia de Tocantins

29 mai 2020 às 16:05

A história do FC Cascavel na elite nacional ainda é pequena. Este ano, o time disputa o Campeonato Paranaense pela sexta vez seguida. Antes da pausa forçada do estadual em virtude da pandemia do coronavírus, a Serpente Aurinegra vinha estruturando a sua melhor campanha na primeira divisão. O time fechou a fase inicial em segundo lugar com 23 pontos ganhos. Quando o campeonato retornar, a meta é manter o ímpeto. Até porque, o clube está muito próximo de chegar pela primeira vez nas semifinais do Paranaense e, com isso, garantir de maneira inédita a presença na Copa do Brasil do ano que vem. Esse ano, inclusive, o FC Cascavel irá disputar uma competição nacional pela primeira vez e irá participar da Série D do Campeonato Brasileiro.

Nessa história que ainda está sendo construída, mas que começa a ganhar notoriedade, os atletas também têm o objetivo de conquistar o carinho dos torcedores. Quem é candidatíssimo para isso é o atacante Lucas Tocantins, de 25 anos.

Na verdade, o jogador já tem um ‘lugar cativo’ nos corações da torcida aurinegra. Afinal de contas, é um dos atletas do atual elenco que há mais tempo defende a camisa do FC Cascavel ao lado de Oberdan. Os dois chegaram juntos ao time Sub-23 em 2017 e foram vice-campeões da Taça FPF da categoria naquele ano. Depois disso, Tocantins e Oberdan estiveram em todos os elencos profissionais que foram formados para a disputa da elite estadual. Mais antigo que os dois jogadores só o capitão Duda, que jogou o Paranaense pelo FC Cascavel pela primeira vez em 2015. A vantagem de Tocantins para os demais é o faro de gols. Ele é o maior artilheiro do clube na elite estadual com nove gols. Em 2018, ele balançou apenas um gol. No ano passado foram quatro. E em 2020, mesmo sendo titular em poucos jogos já que tem dividido espaço no time de Marcelo Caranhato com o jovem Paulo Baya, ele balançou as redes três vezes. Foram dois contra o PSTC e mais um contra o União de Francisco Beltrão na última rodada. Como atleta do clube, Tocantins balançou as redes mais três vezes justamente na Taça FPF de 2017.

Se já tem esse lugar cativo nos corações, o atacante ainda dá um ‘nó no cérebro’ dos torcedores pela ‘geografia’. Lucas Costa da Silva, o ‘Tocantins’, é natural de São Geraldo do Araguaia, no Pará. “Mas fui morar bem cedo em Tocantins, por isso o apelido”, justificou o atleta.

E o alicerce da trajetória como atleta tem sido no Paraná. Por aqui, ele teve passagens pelo Athletico-PR, Maringá e Coritiba, onde participou de alguns jogos da Série B do Campeonato Brasileiro no ano passado. O empréstimo para o Coxa foi consequência do bom desempenho no FC Cascavel em 2019. Tocantins também defendeu o Botafogo de Ribeirão Preto, seu primeiro clube, Atlético Diadema (SP), Ivinhema (MS) e Rio Claro (SP). Mas de todos os clubes que defendeu, a passagem pelo FC Cascavel é que apresenta os melhores números.


Volta

Tocantins deve ser uma novidade no elenco do FC Cascavel só na próxima segunda-feira, dia 1º de junho, data do reinício das atividades presenciais no clube. Nesta sexta (29), os demais atletas estão sendo submetidos aos exames médicos e testes da Covid-19.

A esperança do torcedor é que Tocantins tenha o ‘mapa’ do gol bem definido assim que o Campeonato Paranaense for retomado. Na próxima fase, o FC Cascavel terá pela frente o Rio Branco de Paranaguá. A melhor campanha que o time do litoral rendeu o direito de fazer o jogo de volta do mata-mata no Estádio Olímpico. Aliás, foi num jogo contra o Rio Branco, em 2017, que Tocantins marcou um dos mais belos gols da carreira. Foi uma pintura que lembrou, e muito, o gol marcado por Maradona com a camisa 10 da Argentina na Copa de 1986 contra a Inglaterra. Ou seja, gol é algo que Tocantins em qualquer estado. Na verdade ele representa vários: o Pará, no sangue, o Tocantins na simpatia e o Paraná, mais precisamente Cascavel, no coração.