Atletismo

Após prisão de Nuzman, vice de conselho assume Comitê Rio-2016 por até seis meses

17 out 2017 às 11:55

Sem poder contar com Carlos Arthur Nuzman, preso desde o dia 5 de outubro no curso da Operação Unfair Play, o Comitê Rio-2016 será presidido temporariamente por Edson Menezes, primeiro vice-presidente do conselho que administra a entidade. Ele poderá ficar no cargo por até 180 dias.

A definição aconteceu em reunião do conselho realizada nesta terça-feira no escritório do advogado Sergio Mazzillo, um dos defensores de Nuzman. A definição de Edson Menezes para seguir à frente do Comitê Rio-2016 foi baseada no que prevê o estatuto da entidade, que diz que, em caso de vacância temporária da presidência, o primeiro vice-presidente assume o cargo.

Todos os integrantes do conselho estiveram presentes. Além de Menezes, integram o colegiado a empresária Luiza Trajano (presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza), o ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman, Manoel Felix Cintra Neto (ex-presidente da BM&F) e José Antônio do Nascimento Brito (ex-presidente do Conselho Editorial do "Jornal do Brasil").

Ex-presidente do Banco Prosper, Edson Menezes já comandava interinamente o comitê que organizou os Jogos do Rio-2016 desde que Carlos Arthur Nuzman se licenciou do cargo, no último dia 7. O afastamento temporário foi pedido pelo cartola em carta assinada da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio, onde Nuzman está preso preventivamente.

Na última quarta-feira, Carlos Nuzman renunciou à presidência do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Do Rio-2016, contudo, ele optou por apenas se manter afastado temporariamente. O comitê que organizou a Olimpíada realizada no ano passado têm dívidas na casa dos R$ 100 milhões.

No último sábado, o ex-diretor de operações do Comitê Rio-2016, Leonardo Gryner, deixou a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. Considerado o ex-braço direito de Nuzman como dirigente, ele estava preso deste o dia 5 de outubro.

Nuzman é acusado de integrar um esquema de compra de votos para que o Rio fosse escolhido como sede da Olimpíada de 2016. O ex-presidente do COB também é acusado de obter vantagens ilícitas nas obras necessárias para a realização do evento.

As suspeitas são investigadas na Operação Unfair Play, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Ela aponta que Nuzman e Gryner, seu principal auxiliar, eram os principais elos entre o esquema de propinas do então governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e membros africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI), que teriam vendido seus votos.