Depois de ter feito história há uma semana com um sexto lugar na prova do esqui cross-country de 15km na Paralimpíada de Pyeongchang, onde obteve o melhor resultado de um brasileiro em uma edição dos Jogos de Inverno, o garoto Cristian Ribera, de apenas 15 anos, voltou a brilhar ao ficar no Top 10 de uma disputa na Coreia do Sul ao terminar na nona colocação na prova de 7,5km masculina desta mesma modalidade, neste sábado.
Em sua última competição individual no esqui cross-country destes Jogos Paralímpicos, Cristian tinha justamente a meta de encerrar entre os dez melhores e, assim, festejou o desempenho que apresentou até aqui em solo sul-coreano, onde também ficou em 15º lugar na prova de sprint, de 1,1km, na qual fracassou na tentativa de ir às semifinais.
"Pyeongchang foi muito além do que eu esperava. Consegui melhorar todas as minhas marcas e realizei um sonho, que era estar em uns Jogos pelo Brasil. Na próxima edição, tenho certeza de que estaremos ainda mais bem preparados e, quem sabe, podemos buscar um Top 5 em 2022 e uma medalha em 2026", ressaltou o jovem, por meio de declarações reproduzidas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Além de Cristian, a paratleta Aline Rocha, primeira brasileira a disputar uma Paralimpíada de Inverno, também fechou neste sábado a sua participação em provas individuais em Pyeongchang. A paranaense de 27 anos ficou em 12º lugar nos 5km feminino do esqui cross-country e atingiu a sua melhor colocação no grande evento. A dupla ainda disputará na Coreia do Sul o revezamento 4x2,5km misto, também neste sábado, a partir das 22 horas (horário de Brasília).
Mesmo não atingindo as colocações que planejava nas provas de 12km (15º lugar) e de sprint (22º), Aline exibiu satisfação por ter terminado as suas participações individuais em 12º lugar em uma disputa contra 22 adversárias. "Hoje foi ótimo. Desde a escolha do equipamento, ao clima, até a questão técnica, foi tudo perfeito. As outras provas não foram tão boas, mas serviram de aprendizado. Neste sábado consegui melhorar em tudo, então, saio muito feliz", disse. "Foi uma honra estar aqui como a primeira mulher brasileira e a única sul-americana. Sinto um orgulho imenso. Consegui evoluir muito em todos os aspectos e espero que a minha presença em Pyeongchang incentive outras mulheres", reforçou.
Na prova realizada por Cristian neste sábado, o ouro ficou com o sul-coreano Eui Hyun Sin, a prata com o norte-americano Daniel Cnossen e o bronze com o ucraniano Maksym Yarovyi. Já na disputa feminina envolvendo Aline, a norte-americana Oksana Masters subiu ao topo do pódio, a alemã Andrea Eskau ficou em segundo lugar e a atleta neutra Marta Zainullina terminou em terceiro.
O esqui cross-country paralímpico conta com a participação de atletas com deficiências físicas e visuais. Dependendo da limitação física, o esquiador pode usar um sit-ski (uma cadeira equipada com um par de esquis), casos de Aline e de Cristian. Competidores com deficiência visual são auxiliados por um atleta-guia que os conduz por meio de um walkie-talkie.
RECONHECIMENTO - Pelos bons resultados obtidos na competição, Cristian foi escolhido como porta-bandeira da delegação brasileira para a cerimônia de encerramento dos Jogos, marcada para começar às 8 horas (de Brasília) deste domingo, no Estádio Olímpico de Pyeongchang.
Esta é apenas a segunda participação do Brasil em uma edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno. Além de Aline e de Cristian, André Cintra integra o time nacional e este último encerrou a sua participação na última sexta-feira. O snowboarder paulista ficou duas vezes no Top 10 em provas do evento, sendo uma no snowboard cross e outra no banked slalom.