Ao vencer o GP do Japão no último domingo, em Suzuka, Lewis Hamilton faturou o seu sexto triunfo nas últimas sete corridas e ficou muito perto de assegurar um histórico pentacampeonato da Fórmula 1. Única ameaça ao domínio do inglês, o alemão Sebastian Vettel terminou apenas em sexto lugar na prova japonesa e viu a larga diferença do líder no Mundial de Pilotos subir para 67 pontos.
O britânico ostenta 331 pontos, contra 264 do piloto da Ferrari, e assim tem chance matemática de assegurar o seu quinto título na F-1 já na etapa seguinte da temporada, marcada para o próximo dia 21, quando será realizado o GP do Estados Unidos, em Austin. Para isso, ele precisa abrir pelo menos oito pontos em relação a Vettel, pois assim ficaria 76 à frente do rival e só restariam 75 ao total em disputa nas três provas derradeiras do ano, no México, no Brasil e em Abu Dabi, nesta ordem.
Com este cenário desfavorável, o chefe da Ferrari, Maurizio Arrivabene, reconheceu: "Eu sei que a situação parece impossível (de ser revertida)". O dirigente, porém, fez questão de enfatizar que o piloto alemão e a escuderia italiana não podem perder a esperança nas suas respectivas lutas pelo Mundial de Pilotos e de Construtores nesta reta final da temporada. "Nosso trabalho às vezes é desafiar o impossível. E isso é que nós vamos fazer e tentar buscar nas futuras corridas", reforçou.
No Mundial de Construtores, a Mercedes tem 78 pontos de vantagem sobre a Ferrari, também vice-líder, e o time de Maranello não consegue conquistar este campeonato paralelo da F-1 desde a temporada de 2008. Naquela ocasião, Felipe Massa, então piloto titular da equipe italiana, disputou o título de pilotos até a última curva do GP do Brasil, que fechava a temporada, com Lewis Hamilton, que acabou triunfando no sufoco pela McLaren com um quinto lugar, enquanto o brasileiro venceu a prova. Depois disso, o inglês voltaria a ser campeão pela Mercedes em 2014, 2015 e 2017.
Esperançoso até quando Vettel e a Ferrari estiverem na luta pelos respectivos títulos contra Hamilton e a Mercedes, Arrivabene também chegou a analisar de forma otimista o desempenho da sua escuderia no GP do Japão, no qual, além do sexto lugar obtido pelo alemão, o finlandês Kimi Raikkonen terminou na quinta posição.
"Nós ganhamos e perdemos juntos e eu sou o responsável final (como chefe da equipe). Mas eu tenho que dizer que, com relação à corrida no Japão, a equipe e os pilotos reagiram muito bem. Tivemos circunstâncias durante a prova que nos impediram de alcançar o pódio. Mas pelo menos o pódio estava em nossas mãos e os carros, mesmo que danificados, estavam indo muito bem", ressaltou.
Apesar do discurso de Arrivabene, a matemática é implacável para a Ferrari. Se Hamilton vencer o GP dos Estados Unidos, Vettel no mínimo precisa fechar a prova em segundo lugar para evitar que o inglês comemore o título na pista de Austin, no Texas. E, desde 2014, apenas o britânico ganha a prova realizada no Circuito das Américas. Ou seja, o próprio retrospecto torna o piloto da Mercedes ainda mais favorito ao pentacampeonato.