Fernando Alonso ainda não conseguiu repetir, desde a sua volta à McLaren em 2015, o desempenho que obteve em outras equipes. Apesar do retrospecto negativo, renovou o contrato e está mais confiante para a temporada de 2018, depois que a escuderia decidiu trocar o motor Honda pelo Renault.
Pilotando pela marca francesa, o espanhol foi bicampeão mundial (2005 e 2006). Posteriormente ainda conquistou três vice-campeonatos pela Ferrari (2010, 2012 e 2013) e agora aposta na parceria que lhe rendeu os dois títulos para repetir os momentos de glória, dessa vez pela McLaren.
Antes de acelerar no GP do Brasil, neste domingo, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, o piloto espanhol falou com o Estado sobre as suas expectativas para a próxima temporada e o que pensa sobre seu futuro na Fórmula 1 e fora da principal categoria do automobilismo mundial.
Você conquistou dois títulos da Fórmula 1 pilotando pela Renault. Agora, a McLaren decidiu trocar o motor Honda pelo da marca francesa. Como você vê essa mudança?
Tivemos três temporadas difíceis, especialmente a última, quando houve problemas de motor e no carro que me impediram de completar algumas corridas. Essa mudança é positiva e estamos otimistas. O objetivo é voltar ao topo, conquistar pódios e brigar pelo título. Com a Renault vivi alguns dos melhores momentos da minha carreira, fiz grandes amigos. Agora vamos trabalhar para tentar repetir a história na McLaren.
Então você acredita que é possível voltar ao topo na próxima temporada?
A Mercedes dominou o esporte nos últimos quatro anos, com Rosberg e Hamilton. Essa temporada foi muito fácil, terminou faltando ainda duas corridas para o fim. No próximo ano, Hamilton continuará sendo o favorito, mas acredito que o campeonato será mais equilibrado e mais times poderão desafiar a hegemonia da Mercedes. Ferrari, Red Bull e a McLaren irão brigar para que o final seja diferente.
Você correu na Fórmula Indy e agora irá pilotar em Daytona. Porque decidiu pilotar em outras modalidades?
Se eu estivesse brigando pelo título, não teria essa possibilidade. Correndo em diferentes categorias, eu tenho chance de continuar vencendo. Isso ainda não aconteceu, mas, enquanto houver no meu time essa liberdade, vou continuar correndo no máximo de categorias que for possível. A forma de pilotar um carro da Indy ou de Endurance é muito diferente da Fórmula 1. Em cada um deles é como se começasse do zero. Gosto desse desafio.
Você pretende correr por mais quantos anos na Fórmula 1? O que planeja fazer quando sair da categoria?
Essa é uma pergunta impossível de responder agora. Ainda não consigo prever quando vou parar. É preciso ter aquele sentimento dentro de você, que te ajude a escolher o melhor momento. E ainda não sinto que é a hora. Mas quando eu sair da Fórmula 1, talvez, continue em outras categorias que permitam uma carreira mais longa. Eu também quero ajudar no desenvolvimento de novos talentos. Passar para os mais jovens parte da minha experiência. Muitos deles têm o mesmo sonho que eu e quero poder ajudá-los no futuro.
Falando em aposentadoria, qual sua opinião sobre a decisão de Felipe Massa parar de correr na Fórmula 1?
Ele é um amigo, corremos na mesma equipe (na Ferrari, entre 2010 e 2013), convivi com ele muitos anos. Não é bom quando um companheiro de equipe diz adeus. Mas ao mesmo tempo eu compreendo a decisão dele. Massa tem outros planos fora da Fórmula 1 e agora ele poderá aproveitar mais tempo com a família e amigos. Eu desejo a ele muita felicidade nessa nova fase.
Você gosta de correr aqui no Brasil. Qual sua expectativa para domingo?
Eu amo pilotar no Brasil. É um dos circuitos que tenho algumas das melhores memórias. Apesar de nunca ter vencido uma corrida, conquistei o título duas vezes aqui. Os brasileiros são muito apaixonados pela Fórmula 1, o país tem grandes pilotos em sua história. Nessa temporada perdi a chance de conquistar pontos em diversas ocasiões por causa de problemas no carro, penalidades, etc. Espero ter uma corrida sem surpresas negativas e conseguir pontuar mais uma vez.