Antes de participar dos primeiros treinos livres do GP de Mônaco, marcados para esta quinta-feira, Sebastian Vettel não falou apenas sobre o objetivo de lutar pela vitória no tradicional circuito de Montecarlo, palco da sexta etapa do Mundial de Fórmula 1, no domingo. O piloto alemão também abordou, entre outros assuntos, o futuro da Ferrari ao ser questionado sobre a possibilidade de o monegasco Charles Leclerc vir a se tornar, já no próximo ano, o seu novo companheiro de equipe.
O tetracampeão do mundo deixou claro que está feliz com a parceria firmada atualmente com Kimi Raikkonen, mas reconheceu que não seria contra uma possível contratação do jovem corredor de 20 anos, hoje na Sauber, caso o veterano finlandês não renove o seu atual compromisso com a escuderia italiana, que se expira no final de 2018.
Estreante no grid da F-1, Leclerc fez parte da Academia de Jovens Pilotos da Ferrari em 2016, ano em que conquistou o título da Fórmula GP3. Promovido para correr na GP2 em 2017, ele voltou a ser campeão e o novo sucesso impulsionou a sua contratação pela Sauber, que tem seus motores fornecidos pela famosa montadora italiana e passou a contar com o monegasco como titular no grid da elite máxima do automobilismo.
Já em sua corrida de estreia na Fórmula 1, terminou o GP da Austrália em décimo lugar e somou o seu primeiro ponto. Em seguida, amargou decepções ao pagar o preço por erros cometidos nas provas no Bahrein e na China, mas reagiu com um expressivo sexto lugar no Azerbaijão e voltou a figurar na zona de pontuação ao fechar o GP da Espanha em décimo.
Assim, Leclerc chegou para a corrida deste próximo final de semana confiante para tentar fazer bonito diante dos seus torcedores em Mônaco. E ele teve as portas da Ferrari "abertas" por Vettel quando o alemão foi questionado nesta quarta se tinha a expectativa de contar com a jovem promessa como seu companheiro a partir do próximo ano. "Eu não estou contratando quem está sentando ao meu lado (como parceiro de time). Provavelmente, essa pergunta é para Maurizio (Arrivabene, chefe da Ferrari), mas não vejo por que não (contratar o piloto de Mônaco)", admitiu o alemão.
Já ao analisar o desempenho que vem sendo apresentado por Leclerc neste início de trajetória na F-1, Vettel destacou que o jovem tem sabido "usar suas oportunidades e marcando pontos" com um carro que não o proporciona grandes chances de terminar as provas entre os dez primeiros colocados. "Ele está fazendo tudo o que pode neste momento", enfatizou.
HAMILTON NA FERRARI? - Com contrato até o final de 2020 com a Ferrari, o tetracampeão também reconheceu que ficaria surpreso se Lewis Hamilton eventualmente fosse para a Ferrari como substituto de Raikkonen. O inglês ainda não acertou a renovação do seu compromisso com a Mercedes e o alemão garantiu que "não se importaria" em passar a ter como parceiro de equipe um velho concorrente direto pelos títulos dos campeonatos na F-1, mas despistou ao falar sobre a satisfação com o atual quadro que vive na Ferrari.
"Para ser completamente honesto, eu estou muito feliz com a relação que tenho com Kimi. Além disso, nós acabamos de falar sobre Charles. Você nunca sabe o que vai acontecer. Tenho certeza de que a prioridade de Lewis está na Mercedes. Qualquer outra coisa (em relação a isso) será uma grande surpresa", afirmou.
Vettel é o atual vice-líder do Mundial de F-1, com 78 pontos, 17 atrás justamente de Hamilton. Dois principais candidatos ao título da temporada, os tetracampeões estão na luta por um histórico pentacampeonato. Quem ganhar esta disputa se igualará ao argentino Juan Manuel Fangio, cinco vezes campeão, e passaria a ficar atrás apenas do alemão Michael Schumacher, maior vencedor da história da categoria, com sete títulos.