Tudo indica que se desenha um embate fora das quadras entre a Federação Paranaense de Futsal (FPFS) e a Liga Futsal Paraná (LFP). Um pouco antes de o Cascavel Futsal fazer o jogo de estreia da nova competição, que não tem a chancela da FPFS, a própria federação emitiu um documento em que suspendeu o Foz Cataratas e o Guarapuava do Campeonato Paranaense das Chaves Ouro e Prata. O Foz Cataratas é o atual campeão estadual e disputa, ou pelo menos disputava, a elite do futsal do Estado. O ofício da Federação, inclusive, já suspendeu a partida entre o time da fronteira contra o Pato Futsal, que estava agendado para esta quarta-feira (18), no ginásio Costa Cavancanti. O Guarapuava estava na disputa da segunda divisão estadual. A suspensão se deu em virtude do confronto da semana passada entre Guarapuava e Foz que abriu oficialmente a LFP. Na ocasião, o Foz venceu por 4 a 1. E o Cascavel Futsal, maior campeão paranaense, estreou na Liga na noite de segunda-feira. Derrotou o Siqueira Campos por 5 a 4, no ginásio da Associação Atlética Coopavel. A exemplo do que ocorreu com Foz e Guarapuava, os dois times que atuaram nesta partida foram suspensos das competições da FPFS. O Siqueira Campos está na disputa da Chave Prata.
Se a Federação manter a suspensão dos times que atuarem pela Liga, tudo indica que o Campeonato Paranaense da Chave Ouro terminará antes do fim. Além de Foz e Cascavel Futsal, outras sete equipes que fazem parte da elite também fazem parte da LPF e vão estrear na competição: Palmas, Marreco, Campo Mourão, Pato Futsal, Dois Vizinhos, Marechal e Toledo. A Chave Prata também terá baixas, já que, além do Guarapuava e Siqueira Campos, Chopinzinho, Faxinal e São Miguel também integram a nova Liga.
Conversei com Pedrinho Muffato, um dos gestores do Cascavel Futsal e membro da diretoria da Liga Futsal Paraná (LFP). Ele comentou que a decisão de suspender os clubes foi arbitrária por parte da Federação. “É uma decisão totalmente arbitrária no sentido de não oferecer o direito de defesa aos clubes. Como é possível suspender uma equipe sem dar esse direito de defesa?”, argumentou ele.
Só que Pedrinho se sente seguro com relação às atitudes da FPFS. Mesmo sabendo da suspensão do Foz Cataratas, ele bancou a entrada do Cascavel Futsal em quadra no jogo da nova Liga contra o Siqueira Campos. Segundo ele, a entidade que foi formada e que agora tem uma competição própria já constituiu uma junta de advogados. O argumento de defesa das equipes que compõem a Liga é a Lei Pelé (Nº 9.615, de 24 de março de 1998).
Cris Bortolon, presidente da LFP, também tranquila os clubes. “A nova Liga Futsal Paraná não surgiu da noite para o dia. No arbitral do Paranaense feito em Guarapuava há três anos, o presidente da outra entidade (Jesuel Laureano de Souza) nos prometeu que se os clubes se organizassem poderiam formar a nova Liga. Nos organizamos e agora isso”, disse.
Bortolon acrescenta que a LFP foi constituída dentro da lei, a exemplo do que ocorreu em outros estados. “Eles estão tentando intimidar os clubes. Ninguém está aqui para fazer algo de mau. Queremos fazer algo bom, que melhore a modalidade. A outra entidade teve muito tempo para fazer inovações. Agora vai ser um efeito dominó. Vieram as primeiras punições, mas os clubes vão jogar a Liga. Nossa parte jurídica, que é muito preparada, já está trabalhando. Não é nada contra a lei. Os clubes estão respaldados em cima disso”, explicou.
Questionamento
Pedrinho Muffato também fez um questionamento sobre a validade dos documentos emitidos pela FPFP. Segundo ele, nenhum dos ofícios enviados pela entidade aos clubes não foram assinados pelo presidente Jesuel Laureano de Souza. “O ato não está nem assinado pelo presidente. Está assinado pelo superintendente. Porque um funcionário assinou o ofício?”, disse.