Não que 2019 só esteja começando no mês de abril, mas é a partir deste momento que a coisa vai ficar séria. No final deste mês, o Londrina Esporte Clube começa a disputa da competição que traz o maior desafio da temporada, o acesso para a elite do futebol nacional. E pelo menos neste “começo” de ano, o clube tem o que nunca conseguiu nas temporadas anteriores:
1) A diretoria economizou muito com folha salarial de atletas nos primeiros meses do ano. Emprestou os mais caros para o Grêmio Novorizontino (SP), então titulares na Série B de 2018, e ficou com os jovens, de salários ainda baixos.
2) O Grêmio Novorizontino, que disputou a elite do futebol paulista, foi uma alternativa de boa vitrine aos jogadores que eram vinculados ao Londrina. Para os atacantes Carlos Henrique e Paulinho Moccelin a estratégia não surtiu efeito. Eles tiveram oportunidades, mas não aproveitaram. Com o lateral direito Lucas Ramon foi diferente. A diretoria alviceleste negociou 50% dos direitos econômicos do atleta por R$ 1 milhão. O investimento vem do Red Bull Brasil, que também participa da Série B do Brasileiro, em parceria com o Bragantino (SP), detentor da vaga.
3) Foi uma aposta que deu certo, principalmente pelos que ficaram em Londrina. É como se a mira estivesse apontada para o coelho, mas o tiro tivesse acertado um imenso urso. De “molecada da base” a jovens promissores pretendidos por grandes clubes. Previsão de negócio$$$ em um futuro próximo. O lateral esquerdo Felipe já balançou a rede na Copa do Brasil e especulações ligam o atleta clubes europeus. O meia Matheus Bianqui já marcou dois gols. O atacante Anderson Oliveira encantou com arrancadas e belos dribles. O meia Luquinha, de apenas 18 anos, é artilheiro do clube na temporada, ao lado do experiente volante Germano, com quatro gols. Eles representam dinheiro em caixa ou boa base para a Série B. O próprio Luquinha já confirmou sondagens de clubes do eixo Rio-São Paulo. Clique aqui para ver e ouvir a entrevista!
4) Revelação também do técnico Alemão, que realizou belo trabalho com um elenco modesto nas disputas do Campeonato Paranaense e da Copa do Brasil. Com ele, o Londrina, de maneira inédita, avançou para a quarta fase do torneio nacional. Vai ser um ótimo integrante da nova comissão técnica e deve ajudar o atual técnico Roberto Fonseca. Atletas que atuaram sob comando de Alemão nas categorias de base do Tubarão passaram a ter evolução de rendimento, em relação ao ano passado, pelo conhecimento que o agora assistente técnico tem do estilo de jogo de cada um deles.
5) Se neste ano não tem patrocínio master da Caixa Econômica Federal, tem muita grana da Copa do Brasil. Pra ser justo, é preciso tirar os valores com premiação de jogadores por cada classificação de fase, descontos de tributos e acordo de divisão de premiação com o Botafogo (PB), adversário eliminado na terceira fase. Mesmo assim, sobrar quantia aproximada de R$ 2,5 milhões é algo que poucos esperavam. E que dá um bom “fôlego” para a diretoria de futebol.
6) “Fôlego” financeiro que fica ainda maior com a negociação do lateral direito Matheuzinho. No começo de 2019, o Flamengo (RJ) acertou o pagamento de R$ 1,2 milhão, em três parcelas, por 50% dos direitos do atleta. A primeira parcela já foi paga. Esta é apenas a segunda temporada de Matheuzinho como atleta profissional.
7) Ao contrário do ano passado, o programa de sócio-torcedor voltou a ser uma opção para o torcedor alviceleste. A Série B do Brasileiro ainda não começou, mas os números começam a ficar satisfatórios, com mais de 2.200 adesões. Pelo menos até o momento, o erro de baixar os valores dos ingressos (e a consequente desvalorização do sócio-torcedor) não foi cometido.
8) Qual foi a última vez que o Londrina conseguiu manter no elenco um artilheiro da equipe para a próxima temporada? O atacante Dagoberto, artilheiro da Série B em 2018 com 17 gols, renovou com o LEC para a disputa da segunda divisão nacional e, de quebra, ainda se tornou o garoto propaganda do programa de sócio-torcedor.
Estes são alguns dos principais pontos que vejo como situações potenciais para o Londrina alcançar o objetivo do acesso. Por outro lado, vem a pressão. Tudo o que a diretoria queria aconteceu. E agora, essa mesma diretoria precisa fazer o time “acontecer” dentro de campo.
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