“Nós não vamos colocar uma meta. Nós vamos deixar uma meta aberta. Quando a agente atingir a meta, nós dobramos a meta…”
A frase da ex-Presidente da República, Dilma Roussef, que virou chacota nacional, traz um trecho que vai servir de lição para um jogador do Londrina até o fim da carreira dele. No início do ano, o jovem atacante Welisson, que na época tinha apenas 20 anos de idade, abriu a boca em entrevista coletiva e falou para todos os jornalistas presentes ouvirem. A meta dele é fazer 20 gols na temporada 2017. Ousadia alcançável?
Até a desastrosa entrevista, os poucos jogos como titular não davam bagagem suficiente para o jogador sustentar o peso da meta estipulada para jornalistas e torcida. De promessa arriscada ao “tombo” de quem falou em excesso. O atacante entrou em campo, não rendeu, foi cobrado e não correspondeu. Depois veio uma lesão. O primeiro e único gol em 2017 (dos 20 almejados) veio apenas em julho, na vitória sobre o ABC.
Enquanto Welisson fazia promessas difíceis de serem cumpridas no começo no ano, Carlos Henrique se preparava ao melhor estilo “mineirinho” para começar a temporada pelo PSTC. O ‘El Tanque’ não estipulou meta própria. De poucas palavras nas entrevistas coletivas, o atacante marcou cinco gols pelo time de Cornélio Procópio nas disputas do Paranaense e Copa do Brasil.
Carlos Henrique chegou ao LEC emprestado pelo PSTC para a disputa da Série B do Brasileiro. A condição física não era a ideal e o jogador assistiu de fora as boas atuações de Artur, autor de três gols, e de Jonatas Belusso, artilheiro do campeonato com 11 gols. O atacante soube esperar. Viu Elton Martins e Fabinho saírem por fraco rendimento, aguardou a chance e hoje já soma dois gols pelo Londrina na competição.
Após a saída de Jonatas Belusso na última semana, o técnico Claudio Tencati não perdeu tempo e já deu a entender em entrevista coletiva que, neste momento, Carlos Henrique corre na frente pela vaga. Na mesma janela de entrevistas, o atacante de 22 anos continuou falando pouco e disse que precisar balançar as redes adversárias para não sair do time. Welisson também deve ter mais chances, só que neste momento parece que para a comissão técnica “calar é ouro”.
Já diria a sabedoria popular: “em boca fechada não entra mosquito”.