O futebol feminino passa por uma revolução no Brasil. Aumentaram as competições profissionais e de base, clubes tradicionais lançam departamentos exclusivos, aumento no número de contratos registrados, maior concorrência entre equipes de camisa e melhoria de salários. Auxiliar técnica da Seleção Feminina Sub-20, Jéssica de Lima, não teve tempo de sentir toda essa transformação quando ainda era jogadora. No entanto, sua experiência adquirida por anos dentro da modalidade lhe permite, hoje, orientar as jovens atletas sobre a importância de valorizar o momento positivo. Bons ventos que também se refletem no trabalho da Seleção Brasileira.
"Foi muito importante o aumento das competições, principalmente. As atletas precisam viver as pressões o mais cedo possível. Elas estão vivenciando isso agora, bem diferente da minha época. Isso vai nos elevar em nível mundial, pois hoje elas chegam na seleção com esta bagagem. Já estão mais preparadas", avaliou Jéssica após a vitória de virada da Seleção Feminina Sub-20 sobre o Corinthians em jogo-treino realizado nesta última terça-feira (22).
Jéssica aprovou o desempenho da equipe brasileira sobre o melhor time de futebol feminino do país. Mesmo com desfalques importantes, as Brabas de Itaquera, que se preparam para o Campeonato Brasileiro, vieram com tudo para cima da Seleção Sub-20. E as meninas do Brasil provaram que estão comprometidas com a realização de um bom trabalho visando a disputa do Sul-Americano, em abril, no Chile.
"É uma cobrança que fazemos desde o início da preparação. Cobramos consciência das ações e sabemos que elas vão reproduzir nas situações mais difíceis. Elas executaram tudo muito bem, principalmente no segundo tempo. Temos um processo de trabalho. Temos muitas atletas que são convocadas desde a sub-17, trazem experiência. Temos que agradecer muito aos clubes também, que realizam ótimos trabalhos, o que facilita nosso trabalho", disse Jéssica.
As atletas da Seleção Feminina Sub-20 usam como lema o termo "Sempre Juntas". O mantra é entoado a todo tempo pelas meninas. Jéssica explica que essa identidade adotada é uma criação coletiva, resultado de um processo de construção de grupo no qual a auxiliar e ex-jogadora conhece muito bem.
"Somos especialistas em futebol feminino. Sabemos como atingir cada jogadora. Entender as suas necessidades e fazê-las se identificarem com o trabalho", concluiu.
(CBF)