Futebol

Santos repudia ato racista na Libertadores e promete cobrar Conmebol por punição

04 mar 2020 às 17:25

O Santos divulgou nesta quarta-feira um comunicado em que condena o ato racista ocorrido na última terça, durante a estreia da equipe na Copa Libertadores, diante do Defensa y Justicia, na Argentina, e avisou que entrará com uma representação junto à Conmebol solicitando que punições sejam adotadas.

Na nota, o Santos defende que o torcedor do Defensa y Justicia que praticou o ato de racismo seja afastado dos estádios. Mais cedo, o próprio clube argentino havia divulgado nota em que prometia identificar e punir o torcedor que imitou um macaco na direção do setor visitante na partida disputada no estádio Norberto Tomaghello, na região metropolitana de Buenos Aires, na abertura do Grupo G da Copa Libertadores. Os brasileiros venceram por 2 a 1. Em seu comunicado, o Defensa y Justicia também publicou uma foto de torcedores dos dois times confraternizando antes da partida.

Na sua nota, o Santos lembra a importância de se combater o racismo, apontando que os clubes também precisam trabalhar diretamente para isso. "O Santos FC entrará com a devida representação junto à Conmebol em relação ao inadmissível episódio de racismo na partida de ontem. Esperamos que identifiquem e afastem este racista de seus jogos. Libertadores é um espaço de rivalidade, disputa dura, mas nunca de preconceito em nossas arquibancadas. O combate ao racismo é responsabilidade de todos os clubes do continente. Em nome da tolerância temos a obrigação de não tolerar o intolerante", afirmou o Santos em nota oficial.

As imagens do ato racista foram registradas por um torcedor do Santos presente ao estádio. No vídeo, também é possível ver um brasileiro, que não está identificado, reclamando do ato racista do torcedor do Defensa y Justicia, que estava próximo aos policiais. "Ninguém vê isso?", questionou.

O ato na partida na região metropolitana de Buenos Aires se soma a outros casos de racismo em competições da Conmebol. Neste ano, em 20 de fevereiro, a partida entre Oriente Petrolero e Vasco na Bolívia ficou marcada por um caso de racismo. Goleiro reserva do Vasco, Alexander reclamou com o quarto árbitro, alegando ter sido chamado de macaco. A transmissão do jogo flagrou torcedores fazendo gestos. Mas nenhuma ação contra o torcedor foi adotada.

Vários outros casos ocorreram em edições recentes da Libertadores. Em 2018, torcedores do Rosario Central fizeram sons que imitam macacos para são-paulinos, assim como torcedores do Boca Juniors realizaram o mesmo contra palmeirenses. Naquela mesma temporada, torcedores do Racing jogaram cascas de bananas para os vascaínos em São Januário.

O Santos voltará a jogar pelo torneio na próxima terça-feira, contra o equatoriano Delfin, na Vila Belmiro, mas com os portões fechados por punição imposta ao clube. Antes, no sábado, também no seu estádio, só que com a presença de público, receberá o Mirassol pelo Campeonato Paulista.