O Sindicato de Atletas de São Paulo (Sapesp) aguarda um parecer do médico da entidade, Renato Anghinah, que está em contato com especialistas na área de infectologia. Em nota, o sindicato entende que o duelo entre Palmeiras e Flamengo, marcado para este domingo (27), às 16h (horário de Brasília), pela Série A do Campeonato Brasileiro, “tem fortes indícios de risco à vida dos atletas profissionais e demais membros dos clubes”.
O receio se dá pela delegação rubro-negra ter voltado do Equador, onde a equipe realizou duas partidas pela Libertadores, com 27 contaminados pelo novo coronavírus (covid-19). São 16 jogadores, oito integrantes da comissão técnica (entre eles, o técnico Domènec Torrent e o médico Márcio Tannure) e três dirigentes, incluindo o presidente Rodolfo Landim.
“Uma vez obtido o parecer, e com a CBF [Confederação Brasileira de Futebol] mantendo sua postura de irresponsabilidade, buscaremos a justiça para o adiamento da partida”, finaliza o comunicado do Sapesp.
A entidade nacional ainda não se manifestou sobre o adiamento ou não da partida. Em entrevista ao site oficial da confederação, o presidente da Comissão Nacional de Médicos do Futebol (CNMF), Jorge Pagura, elogiou o protocolo de saúde adotado no Campeonato Brasileiro. A declaração foi veiculada em uma matéria que indica uma queda nos casos positivos da covid-19 nos testes do vírus, entre a primeira e a décima rodadas das competições.
“Desde o primeiro momento, a CBF vem tratando o cenário com extremo cuidado, sempre equilibrando as necessidades do mundo do futebol com a realidade que estamos enfrentando nessa pandemia. Esses dados mostram uma evolução na eficiência do protocolo, que segue com o objetivo de dar segurança sanitária a todos os envolvidos na realização das partidas”, disse Pagura.
O Flamengo defende o adiamento do jogo. “Essa não é uma simples questão desportiva. Trata-se de uma questão de saúde pública. O resto é clubismo”, escreveu o vice-presidente do clube, Rodrigo Dunshee de Abranches, no Twitter. O Palmeiras se manifestou na última terça-feira (22), quando o Rubro-negro tinha sete jogadores e dois membros da comissão técnica infectados. “O protocolo adotado para a competição contempla situações desse tipo. Não há, portanto, razão para que o jogo não aconteça”, disse a nota assinada pelo presidente Maurício Galliote, na mesma rede social.