Etiene Medeiros se tornou nesta quinta-feira a primeira brasileira a conquistar um título em um mundial em piscina longa (50 metros). A pernambucana, de 26 anos, venceu a final dos 50 metros costas no Mundial de Esportes Aquáticos que está sendo realizado em Budapeste, com a marca de 27s14.
A brasileira, assim, superou em apenas 0s01 a chinesa Yuanhui Fu, medalhista de prata e que era a sua principal rival na disputa pelo ouro na final, além de ter registrado um novo recorde sul-americano dos 50m costas. O pódio foi completado pela bielo-russa Aliaksandra Herasimeia, que cravou 27s23 para garantir a terceira posição.
Em 2015, no Mundial realizado em Kazan, na Rússia, Etiene já havia ido ao pódio na prova dos 50 metros costas, quando levou a medalha de prata. E em Budapeste, Etiene vinha se colocando como candidata a medalha desde o início da disputa das eliminatórias da prova.
A brasileira avançou na fase inicial com o segundo melhor tempo e fez ainda melhor nas semifinais, quando foi a mais rápida, com a marca de 27s18, quebrando o recorde sul-americano. Na final, ela melhorou a sua própria marca por 0s04, o que foi determinante para a conquista da medalha de ouro.
"Que prova! Para mim foi uma temporada muito diferente, realmente estava relaxada desde o início do ano, mas fiquei um pouco mais nervosa do que o normal porque todas as adversárias estavam me desejando boa sorte", afirmou Etiene logo após faturar o ouro, em entrevista ao SporTV, na qual em seguida revelou que precisou superar a pressão psicológica que também foi imposta pela chinesa Yuanhui Fu, que terminou a prova com a medalha de prata. "Ela é uma ótima adversária tanto dentro quanto fora da água. Ela te aborda como uma ginga diferente, é tenso", completou.
Etiene já havia faturado títulos mundiais na natação, ainda que em piscina curta (25 metros). A brasileira é a atual bicampeã - 2014 e 2016 - exatamente nos 50m costas e também foi ouro no revezamento misto 4x50 metros medley em 2014. Agora, porém, deu um passo ainda maior ao ser campeã em Budapeste.
Antes de Etiene, o Brasil havia faturado seis medalhas nesta edição do Mundial, sendo três delas na maratona aquática com Ana Marcela Cunha, ouro nos 25km e bronze nos 5km e nos 10km. Além disso, na natação o País já havia levado três pratas, no revezamento 4x100 metros livre, com Nicholas Santos nos 50m borboleta e com João Gomes Júnior nos 50m peito. Agora, então, foi a vez de Etiene faturar o ouro.
CHIERIGHINI - Também nesta quinta-feira, Marcelo Chierighini ficou na quinta colocação na disputa dos 100m livre, com a marca de 48s11, empatado com o britânico Duncan Scott. A prova foi vencida pelo norte-americano Caeleb Dressel. Ele liderou a disputa desde o início e faturou a medalha de ouro com a marca de 47s17, que fez uma dobradinha com o compatriota Nathan Adrian, que cravou 47s87. O pódio foi completado pelo francês Mehdy Metella, bronze com 47s89.
Chierighini havia ido ao pódio no Mundial anteriormente, pois fez parte da equipe brasileira no revezamento 4x100 metros. Mas ele reconheceu que não conseguiu repetir aquele mesmo rendimento na final, quando pretendia completar os 100m em menos de 48s.
"Eu acho que ainda não encaixou. Tenho dificuldade de encontrar aquela prova perfeita como foi no revezamento. Eu estava antes da prova pensando em tanta coisa, com a cabeça a mil. Mas é sentar novamente, conversar, porque preciso achar essa prova. Eu tenho esses 47s dentro de mim, tenho certeza absoluta disso, tenho que achar um jeito de colocar na hora que vale", comentou o brasileiro.