Natação

Fina diz não reconhecer eleição da CBDA e ameaça suspender Brasil

08 jun 2017 às 20:15

A Federação Internacional de Natação (Fina) declarou nesta quinta-feira que "não reconhecerá" o resultado da eleição à presidência da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). A alegação da entidade máxima da natação é de que a eleição, marcada para esta sexta, "não será organizada de acordo com as regras da Fina". A federação ameaçou ainda excluir o Brasil de todas as competições internacionais.

O argumento é de que a entidade brasileira não tem sua autonomia assegurada e vive uma intervenção do poder público. A CBDA está sob intervenção da Justiça desde março, após o juízo da 25.ª Vara Cível do Rio de Janeiro afastar a diretoria da entidade. O advogado Gustavo Licks foi nomeado como interventor e tem administrado o organismo nacional desde então.

A Fina ameaça suspender o Brasil caso a eleição seja realizada. Um dos impactos seria a impossibilidade de o País disputar as competições internacionais, obrigando os atletas brasileiros a competirem sob a bandeira da Fina ou do Movimento Olímpico.

Segundo Gustavo Licks, a CBDA foi surpreendida com o comunicado. Segundo ele, o e-mail foi recebido somente nesta quinta-feira, véspera do pleito. Coordenador geral de esportes da entidade, o medalhista olímpico Ricardo Prado garantiu a realização do pleito. "A gente recebeu isso com bastante surpresa", afirmou. "Creio que foi uma falha de comunicação, mas acho que vai ser facilmente resolvido pelo presidente que vai ser eleito amanhã (sexta)."

PREOCUPAÇÃO - Os candidatos à presidência da entidade demonstraram preocupação, mas todos defenderam a realização do pleito, que acontecerá no Rio e terá a participação de 97 votantes (69 clubes, 27 federações e um representante dos atletas).

"Não sou a favor do adiamento da eleição, mas o fato de poder causar uma punição da Fina me causa muita preocupação", declarou Jefferson Borges, da chapa Novos Rumos. "É uma eleição ferindo o estatuto, com uma interferência judicial, e isso me causa muita preocupação."

Cyro Delgado, da chapa Cara Nova, falou em "problema de hierarquia", mas também se disse a favor da eleição. "É um problema político que está afetando o atleta. Sou a favor da eleição amanhã (sexta), mas há um problema de hierarquia. Se a hierarquia não deixa, como vai ser daí pra frente?", questionou.

Miguel Cagnoni, por sua vez, ressaltou que tudo está sendo feito dentro da lei. "É um problema eminentemente político, e temos que trabalhar politicamente. Nós estamos obedecendo os regulamentos e leis do nosso país. Se está infringido normas de organismos esportivos internacionais, temos que resolve com eles", ponderou.