Esportes

O ‘papai-herói’ de Vitória

09 ago 2019 às 12:38

A pequena lutadora Vitória Camargo Botelho Alves tem um talento nato nas artes marciais. Com apenas oito anos de idade, já construiu uma trajetória de sucesso tanto no Jiu-Jitsu quanto no Kickboxing. Logo, logo, você vai entender os motivos. Mas antes, quero destacar o relato do pai Jeferson Lázaro Alves. Ele lembrou que a história de Vitória no Kickboxing começou quando ela tinha apenas cinco anos de idade. E foi meio por acaso. “De certa forma, foi isso. Eu fui numa academia para procurar emagrecer. Eu fiz dois treinos, e não voltei mais. Ela estava comigo no primeiro dia, continuou e não parou mais”, lembra Jeferson. 

Este foi o ponto de partida para uma carreira, que ainda é curta, mas é muito promissora. Com apenas cinco anos, Vitória ingressou no Kickboxing. O Jiu-Jitsu veio depois, aos sete anos. Na semana passada, nos dias 03 e 04 de agosto, ela disputou a Copa Força Verde de Jiu-Jitsu, em Umuarama, e ficou com o vice-campeonato. No fim de semana anterior, ela participou da Copa Paraná de Kickboxing, na cidade de Carambeí, e foi campeã. Mas estas são competições de menor expressão e Vitória já tem até uma experiência internacional. No ano passado, participou de uma competição de Kickboxing, em Cancún, no México. “A Vitória é atleta de Seleção Brasileira de Kicboxing desde o ano passado. Então ela foi convocada para o Campeonato Pan-Americano, em Cancún. E ficou em segundo lugar na categoria dela. Lutou só com meninos e ainda ficou com o vice-campeonato. E esse ano, ela foi convocada mais uma vez para disputar o Campeonato Sul-Americano, em Lima, no Peru”, relatou o pai.

Na fala de Jeferson, ele fez questão de pontuar que a filha Vitória encara com naturalidade o fato de lutar com meninos. O primeiro ponto é que é difícil encontrar meninas lutadoras na faixa de idade dela. E é bastante comum medir força com os garotos na academia em que treina diariamente. Então, isso não é dificuldade alguma para ela.

Dificuldade mesmo é arrecadar recursos para que a Vitória possa viajar para o Peru. O evento será nos dias 13 a 17 de novembro. A atleta de Cascavel conta com alguns patrocinadores. Mesmo assim, o dinheiro não é suficiente, como ela mesmo explicou. “Eu estou precisando de bastante dinheiro. Além dos patrocinadores que me ajudam, ainda falta dinheiro”, disse. 

A solução foi organizar a chamada ‘vaquinha’ on-line. A meta é arrecadar 3 mil reais até o dia 30 de outubro para que Vitória possa viajar. “Por isso, organizamos essa vaquinha. Ela tem esses patrocinadores, mas como tem muitas competições, a despesa fica cara. E com vaquinha, queremos levantar o dinheiro para que ela possa realizar esse sonho de lutar no Sul-Americano”, completou o pai. 

Paizão

O sonho é da filha, mas é também do papai Jeferson. Domingo, dia 11 de agosto, é dia dos pais. E se ele pudesse escolher um presente queria, sem dúvidas, a garantia de que Vitória poderá lutar no Sul-Americano de Lima, no Peru. “O presente maravilhoso seria a participação dela nesse campeonato. Eu poder dar essa viagem para ela para lutar no Sul-Americano”, disse Jeferson, sem titubear.

Mas o primeiro presente, o papai Jeferson já ganhou. Ele recebe o carinho da filha lutadora. É nele que a pequena Vitória encontra a fortaleza para continuar se superando neste esporte. “Eu tenho muito orgulho dele. Se não fosse por ele, por ter voltado a treinar, eu não tinha conhecido as artes marciais. Então só tenho que desejar a ele um feliz Dia dos Pais”, finalizou a atleta, se agarrando no pescoço de Jeferson e lhe dando um longo e apertado abraço.