Esportes

Tênis de mesa no DNA

10 dez 2019 às 15:28

Você já assistiu uma partida de tênis de mesa? Se sim, certamente ficou impressionado com a precisão dos jogadores com as raquetes. Eles têm um ritmo frenético e constante com os adversários. A velocidade da bolinha é tamanha que fica difícil acompanhar com o  olhar. O tênis de mesa tem algumas características muito peculiares. O esporte exige um nível de concentração supremo. Por isso, se quiser fotografar a partida evite usar os flashes da câmera, pois a luz pode atrapalhar os jogadores. Se quiser dar algum tipo de incentivo aos atletas, não grite e não faça vibrações extremas. Apenas bata algumas palmas bem compassadas. O atleta de sua preferência vai entender o recado.

Só que para conseguir uma excelência no tênis de mesa, os jogadores fazem treinos exaustivos com sequências repetitivas de movimentos. É por isso que eles começam bem  cedo no esporte. Dá até para crer que o tênis de mesa está no DNA dos jogadores.

Por exemplo, a família Gruchoski tem dois bons representantes. Eduardo, de 14 anos, tem um currículo invejável pela frente. Foi ele que incentivou a irmã mais nova, a Karoline Gomes Gruchoski, de apenas nove anos, a ingressar no esporte. Os irmãos contam a mesma versão. A pequena Karoline acompanhava o Eduardo nos treinamentos. Começou a ‘brincar’ com a raquete até que começou a praticar o tênis de mesa de forma mais contundente. “E está jogando até hoje”, sintetizou o irmão. Está jogando muito bem diga-se de passagem. Karoline é hoje a primeira colocada no ranking nacional da categoria Pré-pré Mirim. Os dois irmãos vão disputar o Campeonato Brasileiro em São Paulo. Os dois atletas integram a equipe cascavelense que contará com mais oito mesatenistas na maior cidade do país. Esta é a última grande competição do ano para eles. E Eduardo falou do peso da competição para ele e para a irmã mais nova. “O Brasileiro é o principal campeonato que temos no Brasil atualmente e é uma porta para ingressar na Seleção Brasileira de tênis de mesa. Se você conseguir um bom resultado lá pode conseguir uma vaga na Seleção ou na Seletiva, que é um torneio secundário que fecha os atletas da Seleção. E essa vaga é o que todo o atleta de tênis de mesa quer”, disse ele. 

A prova maior de que o tênis de mesa está no DNA vem da família Marroque. Edson é técnico da equipe cascavelense e pai de Bárbara. A filha é o principal nome do esporte e tem um vasto currículo. “Em nível de competições nacionais, ela é quem teve mais pódios. Participamos de três Copa do Brasil nesse ano, em São Paulo, Maringá e em Brasília, e ela teve medalhas em todas elas. Foi campeã dos Jogos da Juventude, na categoria individual, foi campeão paranaense no juvenil. Em todas as competições que ela participou teve pódios”, disse o pai.

O fato de ser pai e treinador ao mesmo tempo não provoca nenhum privilégio para Bárbara. Muito pelo contrário, como explicou Edson. “A gente acaba cobrando mais porque quer melhores resultados. Mas ela gosta de treinar comigo. Ela está treinando comigo desde os nove anos e há oito já compete de competições oficiais. Eu também jogo na categoria veteranos e sempre acompanho ela nos eventos”, disse.

O discurso do pai e treinador foi reforçado pela atleta e filha Bárbara. “Eu acho que exige um pouco mais. Tem a parte de pai que quer ver a filha campeã e do técnico também. Então é uma pressão em dobro. Mas eu gosto porque ele está sempre comigo. Acho que é um apoio familiar muito bom. Essa cobrança se reflete em resultados positivos”, confidenciou a mesatenista.