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Torcida, imprensa e diretoria: os desafios de Ricardinho no LEC

27 nov 2017 às 15:54

Foto: Gestor de futebol do Londrina, Sérgio Malucelli, recebe Ricardinho - Gustavo Oliveira/Londrina EC


Chega de despedida. É hora de pensar no futuro. O técnico Ricardinho, de apenas 41 anos, tem pouca idade se compararmos com a maioria dos treinadores das Séries A e B do Brasileiro. Nem por isso ele deixa de ter experiência. Antes de assumir o Londrina, o ex-meiocampista já havia comandado Paraná Clube, Avaí, Portuguesa, Ceará e Santa Cruz, clube pelo qual ele alcançou o principal título da carreira: a taça do campeonato pernambucano de 2015. O último trabalho dele foi no Tupi, em 2016.


O Londrina é o sétimo clube de Ricardinho como técnico de futebol, apenas o segundo clube de interior. Abaixo, listo alguns desafios que o novo técnico do Tubarão deve enfrentar.


1) Torcida “mal acostumada”

A torcida está mal acostumada (ainda bem). Desde 2014 para cá, o antecessor de Ricardinho conquistou pelo menos um feito extraordinário por temporada. Em 2014 foi campeão estadual e subiu o LEC para a Série C. Em 2015, subiu para a Série B e ficou com o vice-campeonato da terceira divisão nacional. No ano passado, o técnico Claudio Tencati quase levou o time à Série A do Brasileiro e em 2017 o feito quase se repetiu, com o peso maior da temporada para o título da Copa da Primeira Liga. Ricardinho tem a difícil missão de manter a torcida “mal acostumada”.


2) Imprensa exigente

Londrina é cidade de um único time com grande representatividade no cenário nacional. Atrai a maior parte das atenções do jornalismo esportivo. Parte da imprensa daqui, além de ter presenciado os momentos brilhantes do tópico anterior, também viu de perto o LEC conquistar outros três títulos estaduais e uma Taça de Prata, equivalente à segunda divisão nacional em 1980. Por isso, é preciso enfrentar de igual para igual o Paraná Clube e brigar para ganhar também de Coritiba e Atlético. Os outros adversários estaduais terão que ser vencidos. Na Série B e Copa do Brasil, derrotas só serão permitidas se forem para equipes que tenham conquistado pelo menos um título de Série A, Libertadores ou Mundial. E o acesso para a Série A? Depois de duas batidas na trave, em 2018 vai virar obrigação


3) Diretoria com pés no chão

Como a torcida não compareceu em grande estilo ao estádio na última temporada, o número de sócios é pequeno e o dinheiro repassado pela Federação Paranaense de Futebol não é suficiente, no campeonato estadual é melhor Ricardinho esquecer os grandes craques como reforços. A realidade, mais uma vez, deve ser de apostas para gerar futuras negociações. Nas competições nacionais a situação é parecida. Dos 20 clubes da Série B, geralmente, 17 recebem a mesma quantia (R$ 5 milhões, em média) e outros três ficam com outras fatias bem maiores. O jeito é apelar para o bom relacionamento com diretorias de outros clubes, com o objetivo de empréstimo de jogadores não utilizados na Série A. Outra fator primordial é saber valorizar as pratas da casa.


Se souber trabalhar com todos estes desafios, Ricardinho tem de tudo para permanecer um bom tempo no comando técnico do Londrina Esporte Clube, assim como Claudio Tencati, que se despediu depois de sete temporadas.