A trave de futsal é pequena. Tem dois metros de altura e três metros de largura. Mas estas dimensões se agigantam em caso de uma decisão por pênaltis na modalidade. No Campeonato Paranaense da Chave Ouro, as disputas de penalidades não existiam e ficaram frequentes depois que a competição adotou o formato atual. De 2017 para cá, ocorreram cinco decisões por pênaltis. A primeira foi justamente na final daquele ano. Já na edição de 2018 foram mais quatro dramáticas disputas de pênaltis.
A sexta, na história do Estadual, pode ocorrer neste sábado (19), no confronto entre Cascavel Futsal e Marreco de Francisco Beltrão, às 20h30, no ginásio Elvira Menin, em Santa Tereza do Oeste. A torcida da Serpente Tricolor quer que a partida tenha essa disputa de pênaltis. Se ela não ocorrer, isso significa que o Cascavel Futsal estará eliminado da Chave Ouro.
Como foi derrotado no jogo de ida por 2 a 0, em Francisco Beltrão, o time de Cassiano Klein precisa da vitória de qualquer jeito, por qualquer resultado, para levar o jogo para os pênaltis. O Marreco joga pelo simples empate para se classificar para a próxima fase. Ou seja, o destino da Serpente Tricolor tem um ‘abismo’ de sete metros pela frente. Essa é a distância entre a marca do pênalti e a trave na quadra de futsal. Caso consiga a vitória no tempo normal, a Serpente Tricolor irá vivenciar essa novidade de passar por uma decisão por pênaltis. Já o Marreco tem muito mais experiência nesse quesito. Das cinco decisões por pênaltis no Estadual, de 2017 para cá, ele esteve presente em três. E em duas delas o time de Francisco Beltrão teve dissabores. O time esteve nas duas últimas finais e perdeu a inédita taça do Paranaense de futsal nos pênaltis. A primeira para o rival Pato Futsal e no ano passado foi superado pelo Foz Cataratas. O time do técnico Paulinho Gambier teve êxito no duelo das semifinais de 2018, quando eliminou o Pato nos pênaltis depois de dois empates. Obviamente, o Marreco não quer passar por uma nova disputa de pênaltis neste sábado. Em contrapartida, o desejo da Serpente Tricolor é aumentar essa lista de dissabores do adversário em decisões por pênaltis e avançar para as semifinais da Chave Ouro.
O técnico Cassiano Klein conta que seus jogadores treinaram cobranças de pênaltis ao longo da semana que antecedeu o jogo decisivo. Para ele, a vitória numa disputa das penalidades não depende de sorte e sim competência. “Para nós, não tem como se chegar na decisão por pênaltis se não vencermos no tempo normal. Por isso, temos a mesma ideia do jogo contra o Jaraguá pela Liga, em que tínhamos a obrigação de vencer para forçar a prorrogação. Todo mundo do elenco está treinando pênaltis. Falam que pênalti é loteria, mas eu não acredito muito nisso. Depende da competência do batedor e do goleiro. Nos preparamos para conseguir a vitória nos 40 minutos sobre a equipe do Marreco que é muito qualificada, experiente nestes jogos. Nós ainda precisamos aprender a jogar estas partidas ainda”, disse Cassiano.
Retrospecto
O Cascavel Futsal precisa lidar com outra situação: os números que não são favoráveis em duelos de mata-mata. De 2015 para cá, o time conseguiu passar em apenas um confronto eliminatório de dois jogos no Estadual. Isso ocorreu nas quartas de final da Chave Ouro de 2017 quando venceu os dois jogos contra o Campo Mourão. Mas depois, foi eliminado pelo Marreco ao perder as duas partidas das semifinais. Ou seja, nas últimas cinco edições do Paranaense, a Serpente Tricolor teve quatro eliminações. A este retrospecto, somam-se mais duas quedas em fases de mata-mata da Liga Nacional (2018 e 2019).
E as duas últimas eliminações no Estadual ocorreram para esse mesmo Marreco de Francisco Beltrão. Em 2017, caiu nas semifinais. E no ano passado, a queda ocorreu nas quartas de final.