No meio do caminho, uma cidade dividida pela rodovia. Lindoeste e a BR-163 compartilham alegrias e angústias. No centro do pequeno município, a rodovia é a principal avenida.
São anos de história, mas o atual capítulo é o do esquecimento. No papel o projeto para o contorno de lindoeste existe. A execução foi licitada e fazia parte do pacote para a duplicação do trecho de 74 km entre Cascavel e Marmelândia. Há anos o assunto ficou adormecido a ponto de ter sido silenciado até mesmo a quem cabia do dever de fiscalizar. Cadê a obra e cadê o dinheiro? E onde estão os deputados para buscar e trazer as respostas?
Colhendo pistas deste enredo encontramos vestígios da negligência. E de informação em informação acessamos caminhos que até então não tínhamos trilhado, encontrando obras abandonadas e inacabadas.
Encontramos o inicio de um contorno, ou melhor, um elefante branco. Dinheiro público despejado longe dos olhos. Sem destino, sem eficiência, sem serventia. E se o contorno começa por lá fomos em busca de saber onde terminaria. Entramos em mais um acesso camuflado entre Lindoeste e Santa Lúcia.
Foram questionamentos que fizemos ao DNIT repetidas vezes: quantos milhões foram investidos nas duas obras esquecidas? Não encontramos relatórios, os emails não foram respondidos e não houve autoridade política que demonstrasse preocupação com a resposta.
Em Lindoeste, a opinião sobre o contorno se divide por uma questão de dependência econômica da rodovia.
Mas um fato que ninguém discute é a falta de planejamento. A necessidade de obras públicas terem começo, meio e fim.
A duplicação chegou a 80%. Obra parada é obra que estraga. No trecho de Cascavel a Lindoeste, o pavimento em concreto, padece. Na época da licitação a empresa argumentou que o investimento maior se justificava pela vantagem em durabilidade em relação ao asfalto. O que neste caso parece mito. Imagens comprovam os problemas na pista.
E além dos problemas, a falta de respostas aumenta a proporção do descaso.