Arte

Festival de Dança: ensaio sobre a natureza humana

13 out 2018 às 09:19

O Festival de Dança de Londrina encerra a sua 16ª edição neste domingo, dia 14, com uma atração internacional de peso. A Cia Alias, dirigida pelo brasileiro Guilherme Botelho e sucesso em importantes temporadas de dança europeias, apresenta o pungente “Antes”, que traz uma reflexão sobre a história da humanidade, sobre o destino individual e coletivo, propondo um retrato do homem antes do seu processo de socialização. O espetáculo ocupa a cena do Teatro Ouro Verde, às 20 horas, e tem classificação indicativa de 18 anos. Os ingressos custam R$10 e 5 (meia-entrada) e podem ser adquiridos nos pontos de venda do Festival: Funcart, Loja Shop Ballet (em horário comercial) e bilheteria do Ouro Verde (diariamente, a partir das 16 horas). A apresentação conta com o apoio da Pro-Helvetia (Fundação Suíça para a Cultura, outorgado dentro do programa COINCIDÊNCIA – Intercâmbios culturais Suíça e América do Sul).

Com grande plasticidade, o espetáculo se constrói como uma espécie de afresco, que vai da anatomia dos corpos à abstração. Pois esta é justamente a função do coreógrafo: revelar o desconhecido que está velado no familiar, apresentar o invólucro humano como um território, entender a nudez como uma experiência capaz de nos levar ao conhecimento. Nas palavras de Botelho, “Antes” é “uma ficção científica coreográfica sobre a natureza do homem antes do seu devir social”.

A coreografia se apresenta como paisagem: os corpos, imantados de energia, são um conglomerado de átomos, uma massa de músculos e carne, tendões e ligamentos, uma floresta de homo sapiens com os pés enraizados no solo. Desta organicidade comum, assistimos ao isolamento de cada um, em busca do seu espaço vital próprio. O espetáculo tenta responder poeticamente a perguntas como: “o que era o ser humano antes de tornar-se o homem social? O que os movia? Que emoções os governavam? O que há em nós antes do animal?

De acordo com o material de divulgação do grupo, a nudez proposta no espetáculo não é, neste caso, uma provocação, mas uma vestimenta natural, um retrato do que há de mais íntimo no humano. Foi a forma que Guilherme Botelho encontrou de escavar uma paisagem em que cada corpo é componente de um todo, de uma natureza em movimento perpétuo, como o vento, a água e a própria pulsação da vida. A montagem da Cia Alias é a primeira parte da trilogia “Distância”, sobre a história da humanidade.

O coreógrafo - Guilherme Botelho é paulista radicado na Suíça. Apaixonou-se pela dança aos 14 anos, depois de assistir a Oscar Araiz. Cinco anos depois, juntou-se ao coreógrafo argentino no Ballet du Grand Théâtre, em Genebra, onde dançou por dez anos, até fundar sua própria Cie Alias em 1994. Seus mais de vinte espetáculos já foram apresentados nos quatro continentes. Trabalhou de 2008 a 2010 no Ballet Junior, em Genebra. Suas coreografias abordam aspectos importantes da condição humana, como a busca frenética por amor, as máscaras sociais e a noção de destino.

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(Com informações N.com)