Cultura e Lazer

"Carnaval" no Aterro do Igapó em Londrina abre o 11º Encontro de Contadores de Histórias

03 ago 2022 às 08:45

Na tarde deste sábado (6), o Aterro do Lago Igapó será centro de uma grande folia aberta para todo mundo cantar, dançar e se divertir, no evento de abertura do 11º Encontro de Contadores de Histórias de Londrina (ECOH). Às 16h, terá início um baile-espetáculo com o grupo Canastra Real, que vem de Salvador, na Bahia, para agitar um dos principais espaços públicos de lazer de Londrina. A festa “Folia Crianceira” irá ocorrer na abrangência da Rua Joaquim de Matos Barreto, em frente ao número 1.400, Jardim Maringá, perto da Academia ao Ar Livre.


Crianças e adultos estão convidados para participar, ficando livres para irem trajados com suas fantasias. Para que a brincadeira seja ainda mais saudável e agradável, é recomendado que as pessoas levem água, repelente de insetos, um tecido para estender na grama ou uma cadeira de praia para sentar e descansar.


O grupo Canastra Real, que vem pela primeira vez a Londrina, nasceu a partir do encontro dos professores e pesquisadores, Luciene Souza e José Rêgo, o Pinduka. A proposta do “Canastra Real: contos em cantos” é estético-educativa, alimentada pela pesquisa das tradições orais da literatura e do cancioneiro popular. O repertório de brincadeiras, brinquedos e narrativas busca chamar atenção para a importância do brincar, não só porque dá prazer, mas também como experiência de aprendizagem.


Luciene Souza celebrou a retomada das apresentações presenciais, depois de dois anos de isolamento por causa da pandemia. “O reencontro com o público de maneira presencial e, em um evento tão especial como o 11º ECOH, é um presente que vai ficar guardado em nossa memória de afetos pela vida toda. É claro que ter a possibilidade de fazer uma roda de histórias mediada pela tecnologia foi algo que nos manteve conectados durante a pandemia, mas a saudade de estar perto do público, sentindo a sua sinergia e tendo o privilégio do olho no olho, do cantar junto, do celebrar a vida com a nossa Folia Crianceira, não tem preço”, destacou.


A vocalista do Canastra Real ainda convidou todo o público e disse que o encontro será um momento especial de festejar com a família unida e se reabastecer de alegria. “Vamos criar novas memórias porque são elas que nos aquecem em momentos tão difíceis como os que atravessamos hoje, e vamos fazer isso acionando a criança que mora em cada um de nós. A nossa folia tende a promover uma ligação entre as infâncias, a do adulto que vem escutar o nosso repertório e a dos pequenos que serão tocados não apenas pela nossa música, mas especialmente pelas emoções mobilizadas pelos pais, avós, responsáveis que vierem com elas a abertura do 11º ECOH”, adiantou.


A coordenadora geral do 11º ECOH Londrina, Claudia Silva, espera que as famílias possam se divertir juntas, desfrutando de momentos leves e agradáveis. Ela contou que a expectativa é grande para o evento de abertura no Aterro do Lago Igapó. “Esperamos que seja uma linda festa, um carnaval que não conseguimos pular nesse período de restrições da pandemia. Será uma chance de nos reencontrarmos, celebrarmos e respirarmos ao ar livre, curtindo música de qualidade, brinquedos e brincadeiras. A proposta é realmente que as pessoas se divirtam e apreciem a festa”, afirmou.


Esta será a primeira edição do ECOH com apresentações presenciais, após a retomada das atividades na pandemia. A última edição com público presente foi em 2020, sendo que, logo em seguida, teve início a suspensão das ações. “A sensação com esse retorno é muito boa, por podermos realizar novamente esses encontros com a população de perto. Sabemos que a pandemia foi um período de muitas dificuldades e obstáculos para a cultura, algo difícil de enfrentar, já que o segmento foi bastante afetado. Estamos tentando contornar ainda esses problemas, mas bastante contentes em poder retomar o evento presencialmente e oferecer isso ao público”, relatou.


Pensando a infância – Para José Rêgo (Pinduka), vocalista e músico do grupo Canastra Real, o carnaval que os professores artistas trazem a Londrina, no Aterro do Lago Igapó, foge de estereótipos e modismos, buscando o autêntico. “Notamos que as crianças por aqui brincam o carnaval muito a partir do que é ofertado pela indústria do entretenimento massivo que, via de regra, não leva em conta o desenvolvimento infantil (psicomotor, afetivo, social, moral). Isso acaba entregando aos pequenos gestos prontos a serem mimetizados, não raro utilizando um universo vocabular de baixo potencial imaginativo e algo bastante restrito musicalmente, se consideramos a diversidade ritmo-melódica de nossa música popular. Aos poucos, esse entendimento crítico foi virando vontade de carnavalizar, sem obediência aos modos e modas infladas pelos cifrões, de pensar uma ação festiva como movimentação corpórea capaz de erguer alegrias com as crianças e de acordar a infância em nós”, declarou.


Pinduka ainda acrescentou que “Folia Crianceira” é um baile-espetáculo que convida todo mundo a “ser pipoca”, a pular a partir do calor humano e a responder somaticamente à música com movimentos próprios, pessoais e intransferíveis. “Quiçá, quem participar de nosso baile, possa durar e sair dele em estado de traquinagem, com o riso em riste”, apontou.


Retorno ao presencial – Após a abertura no sábado (6), o 11º ECOH Londrina terá atividades até o dia 19 de agosto, sempre de forma presencial. A iniciativa é um dos maiores eventos culturais da cidade e, em 2022, leva ao público 38 apresentações gratuitas. Quase metade das ações – 16 encontros – será realizada em locais abertos, sendo que o restante da programação irá ocorrer em escolas da rede municipal de ensino, contemplando todas as regiões de Londrina.


Dos 18 convidados, sete são de Londrina e 11 vêm de fora do Paraná. O repertório é marcado pela diversidade, composto por narrativas de diferentes povos e culturas. Fábulas orientais, mitos indígenas, contos africanos, afro-brasileiros, causos e questionamentos filosóficos foram selecionados no intuito de criar novas perspectivas de compreensão e diálogo com o mundo.


O ECOH é também uma escola da narrativa oral, e a programação de ações formativas está aberta a artistas, educadores e demais interessados. A programação completa e os endereços das apresentações estão disponíveis no site do festival – ecoh.art.br.


Apoio – O 11° ECOH tem o apoio institucional da Copel – Companhia Paranaense de Energia e é um projeto aprovado pelo Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Governo do Estado do Paraná.


O projeto conta ainda com o apoio da Casa de Cultura da UEL – Universidade Estadual de Londrina, Sesc Paraná, Espaço AML Cultural, Livraria Olga, Vila Cultural Alma Brasil e Vila Cultural Casa da Vila, que contam com patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).


Atividades formativas – De 20 de agosto a 10 de setembro, os ingressos para acompanhar as atividades formativas online estão disponíveis na plataforma de eventos sympla.com.br. Para acessar, basta digitar “ECOH” na aba de busca. Para as oficinas de Gloria Kirinus e de Letícia Liesenfeld, a taxa é de R$ 30. As demais são gratuitas.